A Eletrosul recebeu, ontem (6), a licença ambiental de instalação (LAI) para a parte insular das obras de implantação do reforço energético da Ilha de SC.
O licenciamento concedido pelo Ibama sai dois anos e meio após a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o início dos trabalhos. As obras devem começar ainda neste mês (falta a autorização para supressão de vegetação) e a previsão é de que, a partir do ano que vem, a capacidade de fornecimento de energia elétrica dobre na Capital.
Falta de definição sobre o órgão licenciador (Ibama ou Fatma) e interferência do Ministério Público (MP) foram alguns dos motivos da demora na concessão da LAI. No cronograma inicial, a conclusão das obras estava prevista para novembro de 2006. Agora, o prazo é outubro de 2008. Todos os terrenos e equipamentos já foram adquiridos pela Eletrosul.
A LAI permite que a Eletrosul ligue a subestação de Palhoça a uma nova subestação que será construída no Rio Tavares, no Sul da Ilha. Para isso, haverá instalação de cabo submarino com 4,2km de extensão, que sairá da Enseada do Brito (Palhoça) e irá até o Caiacangaçu (Florianópolis). O equipamento está armazenado no Porto de Santos (SP), o que custa cerca de R$ 30 mil por mês para a empresa.
- Não temos portos para armazenar equipamentos desse tipo no Estado - disse o diretor-presidente da Eletrosul, Ronaldo Custódio.
Demora para autorização exige desembolso maiorDe acordo com estimativa da Eletrosul, a demora no licenciamento deve resultar em cerca de R$ 5 milhões a mais em gastos da empresa com a obra em relação ao que foi previsto no projeto original. O custo é estimado em R$ 220 milhões, dos quais metade vem da Eletrobrás, R$ 40 milhões da Eletrosul e R$ 70 milhões da Celesc.
O reforço energético na Ilha de SC foi resultado de mobilização dos Ministérios Públicos Estadual e Federal por causa do blecaute que deixou a parte insular de Florianópolis sem energia elétrica por até 55 horas em outubro de 2003. Com a nova subestação, a Ilha ganha uma segunda fonte para fornecimento de energia.
Atualmente, só há uma, por meio de duas linhas que passam pela Ponte Colombo Salles. No último dia de 2006, o pico de energia superou o limite das linhas. O resultado foi o desligamento da rede para cerca de 35 mil pessoas. A previsão do diretor-técnico da Celesc, Eduardo Sitonio, é de que a obra supra as necessidades da Capital por cerca de 20 anos.
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Diário Catarinense, 07/08/2007)