Depois de dois anos de estudos, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto, a 440 quilômetros de São Paulo, começam a catalogar 50 novas espécies de pequenos peixes de água doce descobertas na bacia do alto Rio Paraná, nos Rios Grande, Tietê, Paranapanema, Paranaíba e Paraná, entre os Estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Além de revelar que a diversidade de espécies na região é maior do que se imaginava, a descoberta mostra que há peixes pequenos adultos que sobrevivem à degradação de nascentes, riachos, ribeirões e pequenos lagos marginais a estes grandes rios.
“Pode-se imaginar que são filhotes, mas não. São peixes adultos que sobrevivem nesses pequenos ambientes que sofrem uma grande carga de ataque, como o soterramento dos mananciais pela agricultura e o corte das matas ciliares”, explica o professor Francisco Langeani, do Departamento de Zootecnia da Unesp de Rio Preto e autor do projeto Ictiofauna da Região do alto Rio Paraná. O estudo conta com 20 pesquisadores da Unesp, da Universidade de São Paulo (USP) e das Universidades Estaduais de Londrina e Maringá.
A descoberta também pode auxiliar no desenvolvimento de estudos sobre a genética e reprodução dos peixes e também nas pesquisas de ecologia. “O mais importante é que podemos mostrar à população que é necessário preservar esses ambientes, pois no ritmo em que vai, essa degradação do meio ambiente pode extinguir muitas espécies antes mesmo de serem conhecidas”, afirma Langeani. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
(Agência Estado, 06/08/2007)