A Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) apresentou, ontem (06/08), as conclusões de sindicância interna sobre fatos relacionados às pretensas garantias fornecidas pela companhia em contratos de empréstimos internacionais junto ao banco alemão KFW para financiamento de usinas no Paraná e Rio Grande do Sul. Os contratos totalizam mais de 157 milhões de euros (R$ 404,5 milhões). O relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal, Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Controladoria Geral da União, Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados e Eletrobrás.
A CGTEE entende que a elaboração e a emissão das garantias ocorreu de forma irregular, ilegal e fraudulenta. Conforme o documento, divulgado pelo diretor-presidente da CGTEE, Sereno Chaise, há fortes indícios de falsificação de documentos e assinaturas. Segundo laudo de exame grafotécnico, as assinaturas do ex-diretor técnico e de Meio Ambiente da CGTEE, Carlos Marcelo Cecin, e do diretor Financeiro e de Relações com o Mercado, Clóvis Ilgenfritz, são falsas. Chaise também apresentou documento com repasses feitos às empresas UTE Winimport S/A, Hamburgo Energia e Participações Ltda. O diretor de CGTEE disse estranhar porque os repasses para a Winimport, no valor de quase 47 milhões de euros, ocorreram em março e agosto de 2005, se a garantia foi assinada apenas em fevereiro de 2006.
Ficou constatada a participação 'direta ou indireta' do ex-diretor técnico e de Meio Ambiente da CGTEE Carlos Marcelo Cecin e do ex-assessor jurídico da empresa, Joceles Moreira, além de representantes de UTE Winimport, Hamburgo Energia, Coorece, CCC Machinery e do banco KFW na constituição das garantias.
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Correio do Povo, 06/08/2007)