O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, no seu programa semanal de rádio Café com o Presidente, que a liberação de recursos para obras de saneamento básico e habitação previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) obedecerá critérios exclusivamente técnicos. Segundo o presidente, R$ 106 bilhões serão destinados ao setor de habitação e outros R$ 40 bilhões serão investidos em saneamento básico.
"O critério é eminentemente técnico, ou seja, eu não quero saber se o prefeito é do PFL (Democratas), do PT, do PMDB, do PSDB, do PTB, do PT, do PCdoB. Eu quero saber se naquela cidade tem as condições técnicas que permite que este dinheiro seja aplicado e se tem o processo de necessidade da população", afirmou o presidente.
Na opinião de Lula, "poucas vezes" políticos brasileiros preocuparam-se com obras de saneamento básico porque não daria votos. "Para fazer saneamento básico, tem que cavar um buraco, enfiar o tubo e tapar o buraco. Ou seja, significa que é uma obra que você não pode colocar uma placa, você não pode colocar o nome de um parente, ou seja, e isso, muitas vezes, na cabeça de muitos políticos brasileiros não dá voto."
Lula ressaltou que todo o país será beneficiado com os investimentos em saneamento e habitação. Estas obras contam com a parceria de estados e municípios. O presidente disse que ao retornar da viagem à países da América Central e Caribe, assinará uma série de protocolos com os governadores e prefeitos do Paraná e Rio Grande do Sul.
A prioridade será a realização de obras nas regiões metropolitanas de grandes centros urbanos, anunciou o presidente. Segundo ele, é nestes lugares que se encontra "o maior problema de degradação da moradia, degradação da estrutura familiar, violência, crime, narcotráfico". A expectativa do governo federal, de acordo com Lula, é que até fevereiro as obras estejam licitadas e em andamento.
Estas obras só serão concluídas em 2010. Apesar disso, o presidente considera que a população sentirá os reflexos a curto prazo. Sua expectativa é que a geração de empregos, com o incremento do setor da construção civil, e a melhoria na qualidade de vida sejam percebidas de imediato. "Ela vai ter uma rua mais limpa, ela vai ter coleta de esgoto, ela vai ter água potável, ou seja, vai melhorar os dentes das pessoas, vai melhorar a saúde das crianças, o que é mais importante, vai diminuir a mortalidade infantil."
(Por Marcos Chagas, Agência Brasil, 06/08/2007)