A retomada das obras de construção da usina nuclear de Angra 3 pode ocorrer em outubro, afirmou nesta segunda-feira (06/08) o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Gonçalves.
“Acreditamos que possa iniciar em outubro. O licenciamento está em curso e, em breve, pretendemos ter as coisas andando e as obras retomadas totalmente”.
Segundo ele, trabalhos que não dependem do licenciamento do órgão, como a limpeza e estruturação do canteiro de obras já foram retomados.
Gonçalves disse acreditar que o licenciamento ambiental, emitido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), não será um empecilho para a retomada do projeto.
“Existem algumas observações que estão sendo feitas, mas acreditamos que não vá haver qualquer problema, porque o local [da usina] já está licenciado. São apenas detalhes que estão sendo ajustados entre a Eletronuclear [estatal que administra Angra 3] e o Ibama.”
Nos próximos meses, acrescentou o executivo, começarão as pesquisas para determinar os locais onde serão instaladas outras duas usinas nucleares projetadas pelo governo federal, de um total de até oito, cada uma com capacidade para gerar mil megawatts.
“As negociações devem começar agora", afirmou, acrescentando que o objetivo é iniciar a quarta usina até 2010.
As declarações foram dadas durante a cerimônia de posse do diretor da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa.
A retomada das obras de Angra 3 foi decidida no dia 26 de junho pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A construção da usina nuclear pode representar a geração de até 9 mil empregos diretos na fase de pico da obra civil e de montagem eletro-mecânica, durante os 5 anos e meio previstos para a conclusão da obra, segundo previsão da Eletronuclear.
A nova usina terá capacidade de geração de 1.350 megawatts de energia. Junto com as usinas de Angra 1 e 2, já em operação, poderá contribuir para 80% do abastecimento de energia elétrica do estado do Rio de Janeiro.
Até agora, foram investidos US$ 750 milhões na aquisição dos principais equipamentos que compõem Angra 3, que estão estocados há anos em um galpão no terreno da usina.
(Por Vladimir Platonow, Agência Brasil, 06/08/2007)