Para a associação portuguesa dos produtores e transformadores de biocombustíveis, a parceria entre a Galp e a Petrobras, parte da política energética do governo, não reduz a dependência energética e encarece o preço dos combustíveis. “A política do Governo é aberrante e cria condições de concorrência desleal aos produtores face ao gigante Galp”, informou a associação em comunicado no domingo.
Em 04 de julho, as empresas assinaram um acordo para produção e distribuição de biocombustível. O projeto, com investimento de cerca de R$ 910 milhões, deve estar concluído em 2010. A joint-venture foi assinada em Lisboa durante a cúpula União Européia e Brasil, e prevê que as duas empresas tenham uma participação de 50% cada na nova sociedade.
Na altura da assinatura, foi informado que a procura no mercado português estaria garantida devido ao compromisso de Portugal com a União Européia prevendo que até 2010 um décimo dos combustíveis do país deve ser de fontes de energia limpa. Para tanto, a empresa conjunta prevê a produção de 600 mil toneladas de combustíveis não poluentes. Desse total, 300 mil toneladas serão destinadas para o abastecimento em Portugal. O restante da produção deverá ser exportado para outros países europeus.
Segundo a Associação de Produtores de Biodiesel, o acordo pressupõe a compra de biodiesel por Portugal no Brasil, a um preço que vai custar mais do que o atual combustível importado. “O Governo está a colocar Portugal numa situação de maior dependência, a pagar mais caro por um produto que poderia (pelo menos em parte) produzir no país, com a vantagem de criar cá emprego”, reclamam os portugueses.
BiocombustívelO biodiesel é um combustível ecologicamente correto, renovável e biodegradável. É utilizado em motores a diesel como substituto parcial ou integral do diesel mineral, derivado do petróleo. Os biocombustíveis são uma grande aposta do presidente brasileiro Lula da Silva, que acredita numa verdadeira revolução tecnológica e afirma que o mundo "se curvará diante dos combustíveis renováveis" divulgou a Agencia Lusa.
Recentemente, a UE confirmou que uma maior utilização das energias renováveis constitui uma prioridade para a política energética do bloco. O plano de ação da UE em 2007 sobre uma política energética para a Europa, aprovada pelos seus dirigentes, fixa objetivos ambiciosos para a utilização de energia renovável (20%) e de biocombustíveis (mínimo de 10%) até 2020.
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Mundo Lusíada, com Portugal Digital, 04/08/2007)