A garrafa de amaciante que estava no lixo começa a tomar nova forma. A tinta laranja e os largos dentes brancos indicam que surge um dinossauro nas mãos da professora da Secretaria de Meio Ambiente de Rio Grande, Maria Auxiliadora dos Santos Lima. A transformação pôde ser vista no sábado, durante uma das oficinas promovidas pelo Projeto Ecoviver, da Ecosul, para cerca de 100 professores da rede pública de Pelotas e Rio Grande, que aconteceu no Colégio Municipal Pelotense.
As técnicas para transformar garrafas pet em instrumentos didáticos, foram abordadas pelas oficineiras Isabel Benites e Rose Mar. “Aplicamos um método lúdico vivencial, ou seja, os professores participam da experiência e reproduzem nas salas de aulas, aplicando as mais diversas formas de estudo que cada criação permite”, explica Rose, que atua também como supervisora das séries iniciais da Secretaria Municipal de Educação de Pelotas (SME). Ao lado da bióloga aposentada Isabel Benites, que cultivava uma grande preocupação com as questões ambientais, criaram a Briquedoteca Municipal que será inaugurada ainda este mês
Em outra sala Rodrigo dos Santos Xavier regia uma verdadeira orquestra tocada com instrumentos feitos de material encontrado no lixo. Com canos de pvc, papelão e múltiplas cores o oficineiro ensinava a outro grupo de professoras a fazer instrumentos de sopro, chocalhos, entre outros não menos criativos. Com a brincadeira do “Senhor Sabichão”, Rodrigo explicava como os professores podem trabalhar a percepção auditiva das crianças.
Na terceira oficina do Ecoviver, a instrutora de teatro Rita Maurício dividia sua experiência com as artes cênicas. Os professores foram divididos em três grupos, e encarregados de apresentar seus esquetes. Em um dos momentos mais lúdicos, todos fecharam os olhos e o grupo que se apresentava encenava através das falas, reproduzindo sons de animais e fazendo a sonoplastia da peça. A coordenadora pedagógica do Ecoviver, Leandra Tillmann, explica que o próximo passo do Ecoviver será a reprodução das técnicas aprendidas pelos professores, nas salas de aula.
“Estaremos acompanhando cada passo desse trabalho e disponibilizando todo apoio técnico necessário”, enfatiza. Após essa etapa os alunos estarão criando peças para participarem de uma exposição final, que encerra o projeto em novembro. Todos os objetos artísticos deverão ser feitos com resíduos sólidos, conforme o objetivo do Ecoviver. “Transformar o lixo em arte é uma forma de estimular nossas crianças a multiplicarem a essência desse maravilhoso projeto”, finaliza Leandra.
(Diário Popular, 06/08/2007)