A Operação Moeda Verde, da Polícia Federal (PF), ainda esconde o desfecho sobre os 22 suspeitos iniciais, mas três meses depois de deflagrada, novos personagens podem ilustrar os próximos capítulos da ação.
Entre eles, o prefeito da Capital, Dário Berger, e não por indício de crime ambiental, mas por uma lei sob suspeita.
O chefe do Executivo é acusado de elaborar a Lei do Hotéis para beneficiar grandes empresários do setor. Amanhã, com a retomada das sessões, os vereadores devem decidir se abrem ou não a comissão de investigação processante contra Dário. São necessários votos pelo menos nove vereadores. Se a comissão for instalada, o tucano pode ser afastado temporariamente do cargo por até 180 dias. Essa condição seria um "prato cheio" para a oposição.
Além disso, Berger está sujeito à derrota administrativa na Justiça. O Ministério Público viu indícios de ilegalidade na Lei dos Hotéis e pediu ao Tribunal de Justiça a suspensão imediata da medida através de uma ação direta de inconstitucionalidade. A promotoria estadual também apura a responsabilidade penal do prefeito com a lei em um procedimento de investigação criminal.
A desconfiança sobre Dário e o possível interesse dele na lei surgiram de forma paralela às escutas telefônicas da Polícia Federal que eram realizadas para investigar o esquema de fraude em licenças ambientais. Há diálogos em que o prefeito aparece falando com o então vereador e líder do governo municipal na Câmara, Juarez Silveira, e mostram interesse em atender, com a Lei do Hotéis, o empresário Fernando Marcondes de Mattos, do Costão do Santinho Resort.
O prefeito nega interesses e sustenta que a lei atende a todo o ramo turístico da Capital.
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Diário Catarinense, 06/08/2007)