O grupo a ser criado para estudar a biotecnologia marinha brasileira poderá descobrir novos remédios a partir de moléculas e organismos do mar. E também inovações para a área de cosméticos. A criação do grupo especial foi definida em reunião do Comitê Nacional de Biotecnologia, no último dia 27, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. De acordo com o comandante Serafim, subsecretário para o Plano Setorial de Recursos do Mar da Marinha, o potencial biotecnológico do Brasil na biodiversidade marinha é maior do que o potencial terrestre. “Temos algas usadas para aproveitamento de cosméticos; esponjas cujas substâncias previnem a proliferação de moléculas cancerígenas em seres humanos; plantas coletadas em ambientes praianos que possuem substâncias anti-inflamatórias; e muitas mais", destacou. A população brasileira, acrescentou, tem pouco conhecimento em relação ao “mundo marítimo”, que não era um assunto abordado nas escolas: "Apenas 10% a 30% do espaço foram estudados até hoje. Precisamos atrair instituições para investir e trazer melhorias à saúde pública e ao bem-estar social”.
Cleila Pimenta, líder do projeto de biotecnologia da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), considera que esses estudos contribuirão em diversos setores. “O grupo vai discutir investimento, infra-estrutura, recursos humanos e marcos regulatórios da biotecnologia marinha. Além disso, o Comitê está discutindo questões relacionadas à saúde, agropecuária, meio-ambiente e indústria, de maneira geral”, disse.
As pesquisas, segundo ela, podem ajudar a descobrir novas técnicas de desenvolvimento sustentável, além de serem uma forma de conhecer o ecossistema da vida marinha sem degradar a natureza. Segundo Pimenta, o Brasil tem alguns estudos nessa áreas, "mas eles precisam ser aprofundados".
Entre os responsáveis pelos estudos está a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, coordenada pela Marinha, que Brasileira, que desenvolve também o Programa de Levantamento e Avaliação do Potencial Biotecnológico da Biodiversidade Marinha (Biomar).
(Por Aline Bravim, Agência Brasil, 04/08/2007)