As novas tecnologias para reduzir o uso do plástico, como as sacolas oxi-biodegradáveis – que se decompõem em contato com o ar, o calor e a umidade em um prazo de 18 meses –, precisam ser bem estudadas, para que não causem maiores danos à natureza.
O alerta é de Luiz Fernando Merico, diretor do Departamento de Economia e Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente, para quem "o fato de as sacolas se decomporem à luz do sol não significa que esse material vá desaparecer".
"Essas tecnologias têm que ser bem estudadas porque não adianta apenas a gente fazer com que o impacto visual suma. É necessário que haja uma solução de caráter mais abrangente”, disse.
Para Merico, por meio da educação ambiental o consumidor deve ser levado a reduzir o uso desses materiais. Ele lembrou que o lixo orgânico das residências também é um problema que precisa ser avaliado, por ser acondicionado em sacolas plásticas.
"No Brasil não há experiência de coleta de resíduos orgânicos. Ainda não temos a certeza se seria a criação de legislação específica beneficiando uma ou outra tecnologia, mas estamos preocupados porque o plástico tem se tornado um resíduo com impactos desagradáveis”, afirmou.
Dados da Fundação Verde (Funverde) apontam o consumo de um milhão de sacos por minuto em todo o mundo, o que significa quase 1,5 bilhão por dia e mais de 500 bilhões por ano. A cada mês, mais de um bilhão de sacos plásticos são distribuídos nos supermercados no Brasil – ou 66 sacos plásticos para cada brasileiro por mês.
Em 2004, os resídios plásticos pós-consumo no Brasil somaram quase 2,2 milhões de toneladas. Deste total, menos de 5% foram reciclados, ou seja, apenas 360 toneladas.
(Por Gláucia Gomes, Agência Brasil, 05/08/2007)