Rogério Muniz Neto, empresário do ramo hortifrutigranjeiro, decidiu fazer a sua parte na preservação da natureza. Preocupado com o interesse de algumas pessoas em levar grande número de sacolinhas plásticas em suas compras, ele decidiu distribuir sacolas de tecido aos clientes.
Rogério lembrou que a idéia nasceu despois de constatar que, em apenas um final de semana, recebeu em casa 49 saquinhos plásticos com revistas, folhetos e propagandas.
“Nós temos a nossa empresa e também precisamos ser responsáveis pelo nosso mundo. Então, nós procuramos uma solução e descobrimos uma organização não-governamental (ONG) de costureiras de baixa renda. Fizemos uma parceria com elas e, com isso, está diminuindo a procura por saquinhos plásticos na minha loja, porque o pessoal leva a sua sacola de pano e volta depois com ela”, contou o empresário.
A receptividade do cliente, acrescentou, superou a expectativa: já houve uma redução de 2% a 3% no uso de sacos plásticos. "É claro que, inicialmente, a sacola de pano é muito mais cara, mas eu estou satisfeito com a receptividade. Um cliente fala para o outro da nossa iniciativa e eu estou difundindo a idéia de as pessoas não usarem o saco plástico e terem a consciência de que é danoso a natureza”, disse.
A economista Fátima Cima, cliente do mercado de Rogério, disse que é "uma satisfação” freqüentar um estabelecimento comercial preocupado em proteger a natureza. “Com tudo que a gente está vendo, com o aquecimento solar, é uma forma de educar a população para evitar uma catástrofe com o meio ambiente”, lembrou.
Para a consumidora, toda mudança causa um certo desconforto, mas ela disse acreditar que “não é tão difícil mudar hábitos”. E destacou que sempre praticou a coleta seletiva, embora lamentasse a falta uma campanha governamental para conscientizar as pessoas. “A população atende. Como atendeu em vários casos, como por exemplo na crise de energia, quando todo mundo colaborou. Eu acho que falta uma campanha de educação do governo”, reiterou.
Outra cliente, Karim Schneider, avaliou que exemplos como o da sacola de tecido trazem “conforto” na hora de transportar as mercadorias, mas principalmente colaboram com o meio ambiente, que "deixa de receber grande quantidade de lixo não reciclado".
Ela também é adepta da coleta seletiva e garantiu que uma iniciativa como essa, vinda de empresários, "ajuda a trazer para dentro de casa, na educação das crianças, a cultura de preservação, onde cada um dá a sua contribuição: a escola, o prédio onde mora, o mercado onde compra".
E para a dona-de-casa Fernanda Carvalho, que se disse preocupada com as condições do planeta, "a gente tem que tentar proteger". Ela ensinou: "É preciso economizar nas sacolas plásticas, para não colaborar com os problemas".
(Por Gláucia Gomes, Agência Brasil, 05/08/2007)