Fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) desmontaram um esquema de venda clandestina de galos de briga em Taquari, no Rio Grande do Sul.
Em uma residência, os fiscais encontraram um local para rinha e um criadouro com cerca de 500 aves, todas elas com mutilações e sinais de maus-tratos. O responsável pelo criadouro mantinha ainda um site para a comercialização dos galos. Segundo o Ibama, a suspeita é que ele faça parte de uma rede internacional de tráfico de animais.
Também foram encontradas esporas de espuma e biqueiras, que são usadas para treinar as aves. Um computador e centenas de DVDs foram apreendidos. Nas gravações havia instruções de como criar e treinar os galos para a briga. O dono do criadouro admitiu que ganhava em média, R$ 15 mil por mês com a venda dos animais e dos DVDs.
A maioria dos compradores era de outros Estados e até de outros países, de acordo com o Ibama.
A operação foi acompanhada por promotores de uma força-tarefa do Ministério Público Federal que atua no combate ao crime organizado e agentes da Polícia Ambiental do Rio Grande do Sul. As investigações, que envolveram filmagens e escutas telefônicas, foram autorizadas pela Justiça Federal.
O proprietário do criadouro foi detido e levado para a Delegacia Ambiental, onde prestou depoimento. Ele foi autuado com base no artigo 32, da Lei 9.605, que pune maus-tratos a animais. Ele também foi multado em R$ 102 mil --R$ 2 mil e mais R$ 200 para cada ave. Caso seja condenado, pode receber a pena de três meses a um ano de prisão.
De acordo com os fiscais do Ibama, os galos tinham a crista e barbela (parte inferior do bico) mutiladas. Os animais foram levados para tratamento com veterinários.
(Folha online, 03/08/2007)