O Uruguai recusou em Nova York uma proposta argentina para adiar a inauguração da planta de celulose da empresa finlandesa Botnia, na cidade de Fray Bentos, em troca do fim dos protestos realizados por ambientalistas argentinos nas pontes sobre o Rio Uruguai que unem os dois países. Segundo a revista semanal Búsqueda, que citou fontes oficiais, a iniciativa argentina procurava uma 'trégua' para o conflito binacional travado há dois anos pelos governos por causa da construção da fábrica da Botnia, que deve começar a funcionar em setembro.
As delegações do Uruguai e da Argentina se reuniram na segunda e na terça, em Nova York, para um diálogo mediado por um representante do rei Juan Carlos da Espanha, Antonio Yáñez. De acordo com a revista, o rei espanhol estaria 'interessado' em encontrar uma solução para o impasse antes do dia 8 de novembro. Na data, terá início, no Chile, a Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, e o monarca planejaria apresentar a solução como um 'produto de sua mediação'.
As conversas do início da semana nos Estados Unidos foram a segunda mediação espanhola no conflito. A primeira aconteceu em Madri, em maio. Um comunicado conjunto das chancelarias informou que 'a próxima reunião técnica será celebrada no local e na data indicados pelo facilitador, no prazo de um mês'.
Os governos da Argentina e do Uruguai enfrentam um dos maiores conflitos diplomáticos de suas histórias. As autoridades de Buenos Aires afirmam que o empreendimento contaminará a região, prejudicando a saída de seus moradores. Habitantes e ambientalistas da província argentina de Entre Ríos, na fronteira com o Uruguai, realizam há dois anos bloqueios nas pontes internacionais entre os países como forma de protesto contra a obra. O governo uruguaio se defende dizendo que a planta da Botnia funcionará com os melhores padrões de preservação do meio ambiente.
(Ansa, 02/08/2007)