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biocombustíveis
2007-08-03
O Brasil vai oferecer cooperação técnica - especialmente na área de biocombustíveis - e se colocar como uma alternativa aos Estados Unidos na viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz a partir de domingo ao México e quatro países da América Central e Caribe - Honduras, Nicarágua, Panamá e Jamaica.

"Nossa intenção é levar cooperação na área de biocombustíveis porque todos eles (com exceção do México) são importadores de petróleo e poderiam economizar muito, como nós fizemos", afirmou o diretor do Departamento do México, da América Central e Caribe do Itamaraty, embaixador Gonçalo Mourão. "Estamos levando a nossa experiência", disse ele.

O embaixador também disse que o Brasil quer se colocar como uma alternativa às relações próximas dos países visitados com os Estados Unidos.
"Grande parte da nova liderança desses países percebeu que tem relações muito próximas com os Estados Unidos e tem interesse em variar um pouco isso. O Brasil pode oferecer essa variedade e também tem interesse em diversificar (suas relações)", afirmou Mourão.

"Existe um interesse nosso, claro, mas há sobretudo um interesse deles. O presidente Lula está atendendo a uma inquietação deles em estreitar as relações com o Brasil", disse ele.
Será a primeira visita de Estado de um presidente brasileiro a Honduras, Nicarágua e Jamaica e a segunda ao Panamá.
No México, a intenção é ainda intensificar as relações entre os dois países, o que na avaliação dos dois governos já vem acontecendo a partir da eleição do presidente Felipe Calderón.

"O exercício de aproximação é bastante intenso", afirmou o embaixador Gonçalo Mourão. Diplomatas dos dois lados destacaram nos últimos dias, falando sobre a viagem, a proximidade entre Calderón e o presidente Lula. Os dois já se encontraram quatro vezes, em Brasília e em eventos em outros países desde a eleição do presidente mexicano, há um ano.

Na pauta dos dois países, além da aproximação política, está a negociação do Acordo de Complementação Econômica, que estabelece preferências tarifárias para centenas de produtos e pode evoluir, no futuro, para um acordo de livre comércio.
Sobre o interesse do México em entrar no Mercosul - em visita ao país esta semana, o presidente argentino Néstor Kirchner fez o convite -, o embaixador disse que o assunto "não é tema de conversa entre os dois países neste momento", mas afirmou que qualquer país pode solicitar entrada no Mercosul a qualquer momento.

Brasil e México também vão assinar um acordo de cooperação energética tanto na área de petróleo quanto de biocombustíveis - ao contrário dos outros países, o México é exportador de petróleo.

O limitador, neste caso, é a legislação restritiva do México, que estabelece monopólio estatal para o setor. O país também está interessado em conhecer a tecnologia brasileira de produção de etanol a partir de cana-de-açúcar.

Na Jamaica, o presidente Lula inaugura na quarta-feira uma fábrica de etanol, um investimento conjunto brasileiro e jamaicano. Será a segunda fábrica de etanol no país, com a produção totalmente destinada ao mercado americano.

Em todas as cidades, haverá também encontros empresariais, do quais o presidente Lula participa ou na abertura ou no encerramento. Um grupo de 25 executivos viaja com a comitiva presidencial e outros vão direto para cada país.

O maior evento acontece no México, na segunda-feira, com a presença de cerca de 50 empresas. Entre elas estão Ocean Air, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Marco Polo e estatais como Embrapa e BNDES.
Construtoras brasileiras também têm interesse em participar das obras de ampliação do Canal do Panamá, cuja licitação foi lançada há poucas semanas.
Além do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, integram a comitiva os ministros da Agricultura, Reinold Stephanes, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.

A viagem começa no domingo, quando o presidente Lula chega à Cidade do México onde fica até terça-feira de manhã, quando embarca para Tegucigalpa, na Honduras. No fim da tarde, o presidente vai para Manágua, na Nicarágua, onde fica apenas uma noite e na tarde do dia seguinte embarca para Kingston, na Jamaica. Na quinta-feira, o presidente vai para a Cidade do Panamá, a última etapa da viagem. Na sexta-feira, embarca de volta para o Brasil.

(BBC, 03/08/2007)  



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