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cvrd
2007-08-03
Os moradores da Grande Vitória vêm sendo bombardeados há 38 anos por derivados do enxofre, que é cancerígeno, lançados no ar pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). A empresa emprega em suas usinas o combustível chamado "óleo baiano", que usa por economia. Agora, a Vale anuncia que usará gás natural para tocar suas usinas em Tubarão.

Três das sete usinas de pelotização da Vale e de empresas coligadas na região têm como combustível apenas o "óleo baiano". Duas outras empregam gás, mas apenas para 25% de sua produção. Agora, a empresa prometeu que a partir de setembro próximo usará o gás natural em todo o seu complexo industrial de Tubarão.

A própria empresa admitiu que a troca da matriz energética reduzirá sensivelmente a emissão de gás carbônico, o CO², na atmosfera. Este é o principal gás do efeito de estufa, que promove o aquecimento global. A Vale anuncia que empregará o gás natural que será fornecido com o funcionamento do gasoduto Cacimbas-Vitória, da Petrobras.

O "óleo baiano" é produzido em grande quantidade no Brasil. Seu uso é proibido na Europa e nos Estados Unidos, pois seu teor de enxofre varia entre 4,5 e 5% do peso do combustível. Como a produção nacional é grande e o seu emprego limitado, o preço do "óleo baiano" é baixo, o que permite que a Vale faça grande economia.

A economia da Vale é feita às custas do meio ambiente, pois produz poluição do ar, e da saúde dos moradores. A poluição atmosférica ocorre na combustão, quando o enxofre é convertido nos óxidos de enxofre (SO² e SO³) e são emitidos para a atmosfera. Estes óxidos de enxofre na atmosfera reagem com as gotículas de água em suspensão, resultando o ácido sulfúrico (H²SO4), causando a chuva ácida. À saúde humana e animal o enxofre causa, inclusive, cânceres.

A primeira usina da Vale em Tubarão foi inaugurada em 1969. Na poluição da Grande Vitória, a Vale é parceira da ArcelorMittal Tubarão (ex-CST). A primeira usina da CST foi inaugurada em 1983. A licença ambiental foi dada com a condição de que a empresa construísse uma unidade de dessulfuração.

Por favores do governo, a unidade de dessulfuração jamais foi construída. No governo Paulo Hartung a empresa foi licenciada e já construiu sua terceira usina, elevando a produção para 7,5 milhões de toneladas de aço por ano.

A CST está licenciada para um outro aumento de produção (de 2,7 para 4 milhões de toneladas anuais) nas duas primeiras usinas. Continua lançando derivados do enxofre sem tratamento sobre os moradores da Grande Vitória e, inclusive, está totalmente liberada pelo governo Paulo Hartung do compromisso de construir a unidade de desulfuração.

A Vale e as duas empresas da ArcelorMittal (CST e Belgo) lançam sobre os moradores 59 gases, dos quais 28 altamente nocivos. Além do pó preto, incômodo, visível e prejudicial à saúde, também emitem as partículas finas de minério, chamadas PM10 e PM2.5, sedimentáveis, que vão contaminar os pulmões. São 264 toneladas/dia (96.360 toneladas/ano), só de poluentes no ar.

A CVRD responde por 20-25% dos poluentes do ar; a CST por 15 a 20%; e, a Belgo, por 5-8% das 264 toneladas diárias de poluentes do ar da região. No total, as Vale, CST e Belgo produzem 50% da poluição do ar na Grande Vitória, segundo dados apurados pelo Instituto de Física Aplicada da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Cada morador da Grande Vitória (GV) gasta R$ 100,00, por ano, para tratar as doenças causadas pela poluição do ar. Dados divulgados em 2003 apontavam que, até aquela época, ao longo das operações de suas usinas, a Vale, CST e Belgo provocaram doenças que exigiram da população o investimento de R$ 3,7 a R$ 4,4 bilhões para tratamento.

(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário, 03/08/2007)



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