A partir da próxima semana, os 335 ônibus da Companhia Carris Porto-alegrense passarão a circular abastecidos com biodiesel. A utilização do combustível menos poluente será oficializada hoje, às 11h, quando a empresa assina um aditivo de contrato com a Ipiranga.
De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, a Carris será a primeira companhia de transporte urbano no Rio Grande do Sul a usar o biodiesel. Dessa maneira, a empresa estará antecipando-se à obrigatoriedade - estipulada pela Lei Federal 11.097/05 - de adicionar 2% de biocombustível ao diesel metropolitano a partir de 2008. De acordo com a legislação, a mistura obrigatória passará para 5% a partir de 2013.
Para cumprir a meta, a Carris vai consumir o equivalente a 20 mil litros de biodiesel por mês. Diariamente, a companhia transporta 240 mil passageiros em 26 linhas. A frota de ônibus percorre um total de 70 mil quilômetros por dia e consome um milhão de litros de diesel metropolitano a cada mês.
Em 135 anos de existência, a Carris já utilizou diversas formas de energia. Começou com a tração animal nos bondes puxados por mulas. No início do século XX, passou para a eletricidade, com os bondes elétricos que circularam até 1970.
A partir de 1928, a empresa iniciou a operação com ônibus a gasolina, que se deslocavam até localidades aonde as linhas de bonde não chegavam. Na década de 1960, a Carris adotou o diesel, que se tornaria dominante em Porto Alegre com o fim dos bondes elétricos. Entre 1964 e 1969, também ofereceu transporte por troleibus, ônibus movidos à eletricidade por fiação aérea. Há pouco mais de três décadas, a companhia participou do programa Proálcool do governo federal.
Em 1992, foi a primeira empresa de ônibus do País a usar o diesel metropolitano, que possui teor de enxofre 75% inferior ao óleo diesel comum. Após os testes, o combustível passou a ser obrigatório a todas as empresas de transporte coletivo de Porto Alegre. Atualmente, além de antecipar o uso do biodiesel, a Carris se propõe a testar o uso de gás natural.
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JC-RS, 02/08/2007)