Até maio deste ano, o Centro de Assistência Toxicológica da Paraíba (Ceatox–PB) registrou um total de 85 casos de intoxicação por ingestão de medicamentos, agrotóxicos, raticidas e produtos de limpeza na Grande João Pessoa. Embora o número de internações seja inferior ao do mesmo período em 2006, quando já eram contabilizados 118 incidentes, os produtos que mais causam intoxicações continuam sendo os remédios, que foram utilizados em 41 casos, mantendo-se em patamar semelhante ao do ano passado (44).
O hábito da automedicação e a facilidade de aquisição dos medicamentos são apontados pela coordenadora do Ceatox, Fátima Marques, como um dos principais motivos para a maior incidência desse tipo de intoxicação. Já os casos relacionados à ingestão de agrotóxicos caíram de 40, registrados em maio do ano passado, para os 16 notificados até o mesmo mês em 2007. “É uma queda significativa, mas podem haver outros casos que não foram notificados pelos médicos, já que o profissional geralmente nos procura quando não tem informações suficientes sobre o tipo de intoxicante”, explicou Fátima. Intoxicações através de raticidas e produtos de limpeza, até o último mês de maio, não tiveram variações significativas em relação a 2006.
Um problema que abrange todos os intoxicantes é o comércio clandestino dos produtos que, segundo Fátima, dificulta o tratamento dos pacientes, já que em boa parte desses casos não há rótulo e o princípio ativo não é identificado. Neste sentido, a chefe de inspeção da Gerência de Vigilância Sanitária de João Pessoa, Jailma Porto, orienta a população a não adquirir produtos vendidos em feiras livres ou por ambulantes e desconfiar dos medicamentos “que curam tudo”.
A chefe de inspeção destacou também que também é preciso verificar as condições das embalagens dos produtos, verificar com o farmacêutico o número do lote, a data de validade e pedir sempre a nota fiscal. “Os que já consomem um determinado medicamento também precisam ver se ele apresenta um sabor diferente ou qualquer outra característica que seja indício de uma suposta falsificação. Nesses casos deve-se recorrer à Vigilância Sanitária”, recomendou.
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Jornal da Paraíba, 02/08/2007)