Mais de 200 municípios gaúchos têm potencial para fornecer matéria-prima a usinas termoelétricas de biomassa de casca de arroz e de cavaco da madeira. A potencialidade está na Metade Sul do Estado, na fronteira com o Uruguai e regiões das Missões e da Campanha. Pensando em uma ampliação de energia limpa no Rio Grande do Sul, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) promoveu ontem o fórum Investimentos em Usinas Termoelétricas de Biomassa. Conforme o coordenador-geral da entidade, Glei Menezes, o objetivo da Famurs é orientar a localização dos futuros investimentos e apontar os benefícios ecológicos e socioeconômicos que serão gerados. O presidente do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental, Carlos Adilho Maia do Nascimento, afirmou que, além da casca de arroz ser uma fonte de energia elétrica, das suas cinzas também podem ser retirados centenas de subprodutos que têm uma importância econômica, como, por exemplo, a sílica, que é aproveitada na produção de matérias de precisão como os microscópios. 'Com a ampliação da base florestal no Rio Grande do Sul, o cavaco da madeira terá a sua oferta ampliada', afirmou ele.
Nascimento acrescentou ainda que as usinas térmicas de biomassa se enquadram em uma tendência mundial de desenvolvimento sustentado e que a matriz energética brasileira é boa. 'Mais de 90% têm fonte em hidroelétricas. Porém, apesar de limpa, causa impacto ambiental', destacou ele. Conforme também observou Nascimento, a ênfase da ampliação da oferta de enrgia é dada para as pequenas centrais hidrelétricas, as PCHs, e as usinas híbridas, que podem funcionar com energia eólica, energia solar e biomassa. No Estado existe um potencial de expansão das pequenas centrais hidrelétricas. 'A usina eólica de Osório é a maior da América Latina, produzindo 15 mil megawatts. A capacidade poderá dobrar se forem instaladas usinas off-shore, dentro das lagoas', cncluiu o especialista.
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Correio do Povo, 02/08/2007)