As usinas hidrelétricas são responsáveis por 75,9% da energia produzida no Brasil, com 638 usinas capazes de gerar 74.017 MW, segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), referentes a dezembro do ano passado. As termelétricas (excetuando biomassa) respondem por 11,1%. O resto é o que se chama de energia alternativa (como eólica e biomassa) ou importação.
A participação das hidrelétrica tem diminuído, e a das termelétricas, aumentado. Em 2005, as hidrelétricas respondiam por 76,4% da energia, e as termelétricas, 10,7%. Um dos motivos é a dificuldade no licenciamento ambiental das hidrelétricas. Até 2023, a previsão é que a participação das hidrelétricas diminua mais, para 70,99%, e a das termelétricas aumente para 22,45%
As hidrelétricas produzem uma energia mais limpa e renovável, mas sua construção tem um impacto ambiental maior: é preciso alagar grandes áreas, em geral de florestas, e modificar a trajetória e a vazão de rios. Fauna, flora e população que vive perto do rio são afetados.
Uma termelétrica, apesar de produzir uma energia considerada "suja", gerada com derivados de petróleo e não renovável, tem um processo de licenciamento ambiental mais simples e rápido. As usinas são menores e próximas de centros urbanos -em áreas já degradadas do ponto de vista ambiental.
Entre as termelétricas, as melhores opções do ponto de vista ambiental -de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa- são a nuclear e a por gás natural. O risco de falta de gás, no entanto, fez com que no último leilão de energia apenas termelétricas que usam óleo fossem contratadas.
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Folha de S.Paulo, 02/08/2007)