Um dirigente da ONU manifestou na quarta-feira (01/08) dúvidas a respeito de uma taxa global sobre a emissão de carbono, dizendo que impostos nacionais seriam uma saída possível e que leis impondo limitações aos poluentes responsáveis pelo aquecimento global seriam melhores para as empresas. - Pessoalmente sou cético em relação à noção de taxas globais sobre o carbono - disse Yvo de Boer, que dirige a Convenção da Organização das Nações Unidas sobre a Mudança Climática.
Um acordo internacional sobre tal taxa iria demorar muito, disse De Boer, e poderia levar ainda mais tempo para que os valores arrecadados chegassem à ONU e fossem destinados à luta contra o aquecimento. Falando em entrevista coletiva durante a primeira reunião da ONU integralmente dedicada à mudança climática, De Boer afirmou que alguns países individualmente, como a Holanda, já adotaram impostos ambientais.
Mas, segundo ele, os impostos nacionais não oferecem um progresso previsível na redução das emissões de dióxido de carbono, o principal dos gases do efeito estufa, embora possam oferecer uma arrecadação previsível. Ele defendeu as chamadas leis de limitação e troca, que restringem as emissões de carbono, mas criam mecanismos para a comercialização de créditos - países e empresas que não atingem o teto venderiam seu 'direito' de poluir.
- O que a comunidade empresarial está pedindo no momento é uma certeza de longo prazo, limites claros às emissões impostos pelos governos para que eles saibam que tipo de decisões de investimento têm de tomar - disse De Boer. O Painel Intergovernamental da ONU sobre a Mudança Climática diz que as emissões de gases do efeito estufa precisam ser reduzidas em 50 por cento até 2050, mas sem investimentos contra a mudança climática as emissões podem na verdade aumentar 50 por cento nesse período, segundo De Boer.
Ele disse que o mundo vai provavelmente investir 20 trilhões de dólares nos próximos 20 a 25 anos para atender à demanda energética provocada pelo crescimento econômico. Para tornar esses investimentos 'verdes', seriam necessários investimentos adicionais de talvez 100 bilhões de dólares por ano, segundo ele.
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Reuters, 01/08/2007)