O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, disse que deve encaminhar na próxima semana à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a minuta do edital para o leilão de concessão das hidrelétricas do Rio Madeira. Segundo ele, o ministério está finalizando o texto, que deverá ser levado a consulta pública pela Aneel. Hubner explicou que havia alguns conflitos de legislação que o ministério precisou resolver com a ajuda da Advocacia Geral da União (AGU). Na previsão dele, todas essas dúvidas devem ser resolvidas até o fim da semana.
O principal imbróglio jurídico é o da formação dos consórcios que disputarão o leilão. A intenção do Palácio do Planalto é retirar as empresas do Sistema Eletrobrás do leilão, oferecendo à empresa privada que vencer a disputa a possibilidade de se associar, posteriormente, ao grupo estatal.
A questão é que a estatal Furnas já havia assinado um acordo com a Odebrecht, comprometendo-se a formar com a construtora um consórcio para disputar o leilão do Madeira. Para evitar uma batalha jurídica com a Odebrecht, os técnicos do governo analisam esse contrato há cerca de um mês para saber se há uma brecha que permita tirar a estatal do leilão.
Hubner afirmou que o assunto não foi tema da reunião desta quarta-feira do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Também disse que cinco grandes concorrentes informaram ao ministério que querem participar do leilão.
NuclearO ministro disse ainda que ficou acertado na reunião do CNPE, que teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o avanço nos estudos para a construção de uma quarta usina nuclear até 2020. Ainda não há, de acordo com ele, definição sobre a localização dessa nova usina.
Segundo Hubner, no momento a prioridade é a usina nuclear de Angra 3.
Ele disse acreditar que até o fim desta semana será enviada ao presidente a resolução que estabelece todas as ações do Ministério de Minas e Energia para a construção da usina de Angra 3.
Segundo ele, o governo quer promover uma auditoria internacional em todos os investimentos de Angra 3, nos contratos existentes e nos contratos que possam ser firmados, e definir um contrato de longo prazo com a Eletronuclear, já fixando o preço da tarifa de energia que será cobrada.
(Por Renata Veríssimo e Leonardo Goy,
Agência Estado, 01/08/2007)