Estrela - Devido ao trabalho da Associação Estrelense de Proteção aos Animais (Aepa), fundada em maio deste ano, dezenas de bichinhos já foram salvos dos maus-tratos e do abandono no município. Mas ainda há muito a ser feito para tirar a grande quantidade de animais que perambula pelas ruas e na maioria das vezes acaba sendo alvo de agressões ou atropelamentos. E é aí que entra o apoio da comunidade local. Conforme uma das integrantes da ONG, Tiane Ruschel Cagliari, o que falta na cidade é um canil para abrigar e tratar os bichos. O terreno, a brita e cercas a entidade já tem. Faltam cimento, areia, mão-de-obra e a sensibilização dos estrelenses.
Tiane, que é apaixonada pelos animais, justifica que a obra é essencial no município. "Tem muitos bichos abandonados em Estrela. Além de ser um desrespeito com os animais, deixá-los na rua é um perigo para toda a comunidade", destaca. Ela acrescenta que a intenção é construir uma sede com salas de atendimento, cirurgia e hospedagem para recolher, tratar e doar os bichos coletados pela associação ou entregues pelos donos. Mas sem colaboração a entidade não conseguirá concretizar esse sonho. Atualmente os animais recolhidos estão sob os cuidados da família de Tiane. Eles já somam 26. "Temos que optar: ou compramos ração e remédio, ou usamos o dinheiro para a obra do canil. Mas não posso deixar os animais sem comer", desabafa.
Para abrigar os bichinhos em casa e na de uma vizinha, o pai de Tiane construiu um pequeno canil. Além da ajuda da ONG e de empresas colaboradoras, a família tira dinheiro do próprio bolso para cuidar dos animais. "Com o auxílio do patrulhamento ambiental recolhemos os bichos na rua e levamos para minha casa. Só que não tenho mais espaço e condições financeiras. Agora estamos pegando apenas os animais atropelados." E eles não são poucos. "Há muitas pessoas desumanas. Recentemente foi atropeado um cachorrinho no Bairro das Indústrias, que ficou enrolado num jornal por dois dias. Mas conseguimos salvá-lo", lembra.
De vira-lata a animais com pedigreeDesde que o trabalho começou em Estrela, a ONG já doou mais de 30 animais. "Quando eles estão feios, sujos ou doentes ninguém quer, mas depois de receber os cuidados necessários a procura é grande." Hoje 16 animais aguardam uma nova família. Mas há dez cachorros e 12 gatos que Tiane não doa para ninguém. "Desde que me conheço por gente cuido dos animais de rua e esses são especiais", revela. Nem só vira-latas são encontrados na rua. "Já recolhemos animais de raça, como labrador, poodle, lingüiça, entre outros."
A integrante da Aepa esclarece ainda que não adianta largar os bichos em sua casa, porque já não há mais espaço para novos moradores. "Sem ajuda fica difícil. Hoje só posso contar com meus pais, os demais membros da associação e de alguns parceiros que doam ração, remédios e serviços." Os custos para manter a saúde dos bichinhos não são baixos. Somente em ração são gastos por mês 240 quilos, além de comida e medicamentos. "Acredito que a comunidade vai se conscientizar da importância do canil e esse projeto será concretizado", planeja.
Como ajudarAs pessoas interessadas em doar material para a construção da sede do canil, ração, medicamentos ou que estejam interessadas em adotar um bichinho de rua podem entrar em contato pelo (51) 8111-0525. A entidade também abriu uma conta na Caixa Econômica Federal de Estrela para colaborações em dinheiro. A agência é 0473 e a conta 003249-3.
Cadastramento de cães de raçaA Secretaria do Meio Ambiente e Saneamento Básico de Estrela está realizando o cadastramento de cães das raças pitbull, rottweiler, dobermann e fila brasileiro. Os donos desses animais devem comparecer na pasta para preencher ficha de cadastramento ou entrar em contato pelo 3981-1092 ou 3981-1093. A iniciativa atende uma solicitação de informações feita pelo Ministério Público e visa o conhecimento, por parte das autoridades, dos cães dessas raças existentes no município.
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O Informativo do Vale, 01/08/2007)