Funcionários da Divisão de Assessoramento Técnico do Ministério Público do Rio Grande do Sul, do Ibama e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, realizaram na manhã dessa terça-feira vistoria em uma área de mata nativa na fazenda Coqueiros, município de Coqueiros do Sul. O objetivo foi apurar denúncias sobre danos ambientais que teriam sido praticados por integrantes do MST, já que o movimento possui acampamento em área que faz divisa com a propriedade. Um grupo de 60 policiais do Batalhão de Operações Especiais de Passo Fundo e do 2º Grupo Ambiental da Brigada Militar foi deslocado para garantir a segurança. Apesar da proximidade com os acampados, não foram registrados incidentes.
Conforme o tenente Antônio Gilberto Borges, do 2º Grupo Ambiental da BM de Carazinho, a iniciativa é resultado de uma denúncia feita pelos proprietários da fazenda. 'Recebemos a denúncia e estivemos no local para verificarmos os danos atribuídos aos sem-terra. Após a vistoria, encaminhamos um relatório ao Ministério Público local, que deu início a um inquérito civil', explicou o tenente. A vistoria foi realizada para elaboração de um parecer técnico e levantamento fotográfico por parte do Ministério Público Estadual, que deverá concluir o laudo até o final do mês de agosto.
O tenente Borges adianta que, conforme levantamentos feitos pelo Grupo Ambiental, foram verificados cortes de espécies nativas como canela, angico, caboatã, fumeiro-bravo e taquara, totalizando mais de 70 árvores. A vistoria ambiental na fazenda Coqueiros também apontou provável contaminação da água em uma das nascentes do Rio da Várzea. Caso sejam comprovadas as denúncias, os responsáveis pelos fatos estarão sujeitos a multas e à pena de detenção de até três anos.
(
Correio do Povo,
Zero Hora, 01/08/2007)