As famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) continuam ocupando a Fazenda Céu Azul, em Teixeira de Freitas (a 790 km de Salvador, no extremo sul). A área pertence à empresa Suzano Papel e Celulose. Em quatro dias de ocupação, já foram derrubados mais de 90 mil pés de eucalipto (cerca de 60 hectares de plantio).
De acordo com Márcio Matos, coordenador regional do movimento, cada trabalhador irá derrubar uma média de 500 árvores por dia até ter sido derrubado todo o plantio da fazenda (cerca de mil hectares). “Depois de derrubarmos tudo, vamos iniciar o plantio de alimentos”, afirmou Matos.
Na manhã de terça-feira, os trabalhadores cortavam eucalipto e armavam barracos. Diferente da outra ocupação na mesma área há um ano, desta vez, eles afirmam que não farão acordo, que não pretendem retornar com as duas mil famílias para a beira da estrada.
Segundo Valdemar dos Anjos, da coordenação do MST na região, eles só deixarão a área depois que a empresa se comprometer a disponibilizar 10 mil hectares das terras para que sejam assentadas 5 mil famílias ligadas ao movimento e depois que o Incra agilizar a vistoria de fazendas solicitadas pelo MST.
A Suzano, sediada em Teixeira de Freitas, entrou com o pedido de reintegração de posse, que já foi concedido pela Justiça na última segunda-feira. A liminar já está em poder do comando do 13º Batalhão de Polícia Militar, podendo a reintegração ser cumprida a qualquer momento.
(Por Maria Eduarda Toralles,
Agência A Tarde, 01/08/2007)