(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
cana-de-açúcar biocombustíveis passivos dos biocombustíveis
2007-08-01
Há uma década o sul do Piauí e Maranhão iam desenvolver com a soja. Sujou! Quase todo o Cerrado dessa região já foi destruído. No Piauí 60% da área agricultável está desmatada e no Maranhão esse índice já chega a 90%. Promoveu-se grandes desequilíbrios sociais com a favelização das cidades, prostituição e miséria nas periferias urbanas, êxodo rural intenso, o comprometimento da bacia hidrográfica do Rio Parnaíba e grande prejuízo aos Estados por conta das isenções fiscais. Os empregos prometidos pelo agronegócio da soja ficaram na retórica e tão somente no papel, o desenvolvimento prometido até hoje não chegou. O que se tem mesmo é a destruição implacável da Natureza e o comprometimento das relações ambientais e sociais.

Agora dizem que o Piauí e o Maranhão vão se desenvolver, transformando-se numa grande ROÇA DE MAMONA. Até o Presidente da República veio ao Piauí prometer dinheiro para esse famigerado desenvolvimento. Vai dar água na mamona, mas não é água de chuva! Chuva vai é faltar; o Rio Parnaíba vai secar, e as floresta serão desmatadas, e o calor vai ficar insuportável. Não vai sobrar nem um "taquinho" de Cerrado para contar história. Nunca é demais alertar: "o povo não come mamona, come arroz e feijão".

E a cana? A cana vai dar cano... no povo. Mas deveria mesmo é dar "cana" nos políticos, esses "caras-pálidas" sem escrúpulos e desprovidos de qualquer compromisso com a sociedade. A cana é a outra "riqueza", que vai contribuir para aniquilar o que ainda resta dessas florestas e rios. É importante dizer que a Natureza quando faz a cobrança, cobra a todos indistintamente. Será que sua vida não é mais importante que o lucro de algumas empresas e a reeleição de alguns políticos. Pense bem sobre isso. E o futuro de seus filhos, será possível com a Natureza destruída?

Ah! O eucalipto. É o outro empreendimento para concluir a dizimação dessas riquezas naturais. No Cerrado são mais de 600 espécies por hectare. Tudo arrancado pela raiz para colocar uma monocultura, o eucalipto. Com a soja, mamona, cana, eucalipto, carvão e lenha no Cerrado do Piauí e do Maranhão nada sobrará, apenas rios secos e desertos. As populações do Piauí e do Maranhão precisam ficar atentas para o desenvolvimento que está sendo prometido pelos governos dos dois Estados. Esse desenvolvimento já se desdobra em grandes desequilíbrios ambientais onde a natureza cobra de todos com furacões, secas e inundações.

A conseqüência mais grave e imediata do direcionamento da produção agrícola do país para biocombustíveis (mamona e cana-de-açúcar no caso do Piauí e Maranhão) é uma diminuição da produção agrícola de alimentos, que contribuirá decisivamente para o aumento do preço da comida. Essa nova empreitada do capitalismo mundial dá sinais de um futuro estarrecedor sendo a fome e as tragédias ambientais o foco dos noticiários na mídia mundial. Essa preocupação já foi inclusive externada pelo Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon.

No Piauí, a exemplo, não existe um modelo integrado de gestão do setor agropecuário com o meio ambiente que garanta a implementação de projetos para o desenvolvimento sustentável. Esse fato contribui terminantemente para o desequilíbrio ambiental e social que se processa no Estado. No Piauí,a queda da safra de arroz, feijão, fava e milho já é de 21,3%. Comprometer a produção de alimentos para privilegiar a produção de biocombustíveis não é a alternativa mais sensata.

Este é o "desenvolvimento" que os Governo dos dois Estados estão prometendo. Mas,é promessa de políticos... Talvez seja só para ludibriar o povo. Quem sabe termina não acontecendo. Vamos torcer para isso.

* Membro da Academia de Letras, História e Ecologia de Pastos Bons-MA. Ambientalista da Fundação Águas. Secretário Geral do FONASC-CBH

(Por Judson Barros*, Adital, 31/07/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -