A Feira da Agricultura Familiar e do Trabalho Rural (Agrifam), que começa amanhã (02/8) em Agudos, no interior de São Paulo, vai mostrar como ter bom resultado em pequenas áreas, uma solução difícil de encontrar. A Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), da Unesp de Botucatu, montou um sítio modelo na área de exposição, que concentra as tecnologias desenvolvidas pela universidade para otimizar a produção familiar.
A idéia inicial, segundo o professor Silvio José Bicudo, era criar um sítio de verdade, como um exemplo concreto para os visitantes da feira. 'Fica mais fácil convencer o produtor assim, mas na prática não deu certo. Montamos então uma área de demonstração. Mesmo assim está tudo lá', garante.
PRODUÇÃO INTEGRADAO espaço de 8 hectares, denominado Unidade Integrada Rural (Unir), idealizado e coordenado pela Empresa Júnior de Consultoria Agrícola (Cenagri Jr.), está dividido em 'estações', que abrangem manejo de pastagem, irrigação, compostagem, condução e dimensionamento de hortas, boas práticas para produção de alimentos, utilização de resíduos sólidos para produção de energia (biodigestor), produção de óleo vegetal (biodiesel), sistema agroflorestal (Saf), boas práticas de manejo de gado leiteiro - incluindo demonstrações diárias de ordenha, sempre às 16 horas - e produção de mudas florestais.
A viabilidade econômica de cada proposta será demonstrada por alunos dos cursos de graduação em Agronomia e Engenharia Florestal da FCA, que irão trabalhar na realização das demonstrações e orientações ao público. 'Tentamos mostrar que as atividades podem ser integradas, uma custeando parte da outra. Por exemplo, os resíduos da criação de gado leiteiro alimentam o biodigestor, que produz energia capaz de movimentar um motor a gasolina ou a álcool; ou então um sistema de iluminação a gás onde não há energia, ou ainda o fogão', explica Bicudo.
Na feira, o professor está usando o gás do biodigestor para movimentar um sistema automático de irrigação.
Além da Unesp, participam da montagem do sítio modelo a Codeagro, que cuida da agroindústria e da estufa; a Associação Biodinâmica (IBD), que irá fazer demonstrações de práticas de agricultura biodinâmica; a Limana, com a miniusina de álcool; e a Cati, que cuida do canteiro de oleaginosas e da produção de biocombustível. 'Na verdade não são apenas oleaginosas. Tem o nabo forrageiro, por exemplo, que pode ser usado para fabricação de biocombustível e vai bem no inverno', explica Armando Portas, diretor do departamento de sementes da Cati.
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O Estado de S.Paulo, 01/08/2007)