No campo, o produtor vive a expectativa da liberação de variedades transgênicas. Hoje, há apenas uma variedade liberada no mercado, o algodão Bollgard Evento 531, da Monsanto do Brasil, resistente a insetos. Apesar das discussões, produtores alegam que falta competitividade ao algodão brasileiro por causa dos altos custos de produção. As variedades geneticamente modificadas ajudariam, então, a diminuir as aplicações de herbicidas, reduzindo os custos.
O vice-presidente da Abrapa e presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Haroldo Rodrigues da Cunha, explica que a cotação do produto, em dólar, vem se mantendo num bom nível. Entretanto, como o dólar está desvalorizado frente ao real, a margem de lucro do produtor é menor. 'Não há previsão de que esta política cambial vá se reverter, por isso precisamos ser competitivos de outra forma.'
NECESSIDADE'Tem lavoura que precisa de até 15 aplicações de inseticidas. É muita coisa', diz Cunha. Para ele, a liberação de transgênicos é uma necessidade. Ele calcula que é possível reduzir em 20% os custos da lavoura.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) discute outras três variedades de algodão transgênico. No dia 17, haverá audiência pública para debater a liberação comercial destes três itens que aguardam parecer da comissão. A variedade Liberty Link Evento LL Cotton 25, da Bayer CropSciense, é tolerante ao glifosinato de amônio. Outra variedade, da Monsanto, é o algodão Roundup Ready Evento 1445, tolerante ao glifosato; e a última variedade que aguarda parecer, da Dow AgroSciences, é resistente a insetos e ainda não tem nome comercial.
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O Estado de S.Paulo, 01/08/2007)