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etanol
2007-08-01
Quem chama etanol de revolução verde, em grande parte por conta dos canaviais ondulando ao vento, não imagina o que vem por aí, segundo o microbiologista Carl Woese. O cientista que leu o livro da vida em genoma de micróbios anuncia uma “nova revolução” para o século 21. Ela virá da biologia, que já ultrapassou a física em “orçamento, tamanho das equipes e produção de descobertas”. E terá mais “conseqüências econômicas, implicações éticas e efeitos sobre o bem-estar humano”.
As aspas acima vêm de Freeman Dyson, professor emérito de Física no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, em artigo recente na New York Review of Books. Falava de Woese,trocando-o em miúdos, se é que se pode chamar de “miúdos” os parágrafos em que Dyson aposta tudo na “domesticação da biotecnologia” como a onda da vez, destinada a inundar brevemente o planeta.

“Ela dominará nossas vidas nos próximos 50 anos”, diz Dyson, à medida que se descomplicar como os computadores, que saíram dos laboratórios para os joelhos dos curiosos há pouco mais de uma década.
Há muito gente espalhada pelo mundo que cria bichos e plantas pela velha cartilha da manipulação genética. À medida que essa turma puser as mãos nos segredos que permitem a uma Monsanto fabricar soja transgênica, “teremos uma explosão de diversidade”, em vez de simples monocultura turbinada de grãos com marcas registradas. Nada mal para um século que começou com o ultimato das extinções em massa, conjuradas por mudanças do clima.

Quem precisa de Charles Darwin e seus mecanismos de especiação, quando o engenho humano tem poderes inéditos para borrar as fronteiras taxonômicas e transferir diretamente características hereditárias de uma espécie a outra, ou mesmo de um reino a outro? Redesenhar genomas com programas livres viraria “uma nova forma de arte, tão criativa quanto a pintura ou a escultura”. Os ambientalistas poderiam, com ela, engendrar linhagens inteiras, feitas sob medida para repovoar o que a agricultura e o desflorestamento despovoarem.

E se os hackers da engenharia genética quiserem gerar dinossauros em seus quartos de adolescentes? Bem, Dyson admite que nem todas as novas criaturas “serão obras-primas”. Mas presume que grande parte dos mascotes geneticamente modificados tragam “alegrias a seus criadores”. E sem dúvida surgirão, no devido tempo, leis e normas para evitar que as crianças brinquem com o fogo da criação.
Só ficam no ar as perguntas realmente difíceis. Ainda é tempo de parar esse avanço? Se for, deveríamos pará-lo? Ele sugere deixar essas dúvidas “para nossos filhos e netos responderem”.

Por enquanto, o Brasil vai plantando cana como nunca. O novo século de Woese está apenas começando, com suas promessas de resolver problemas práticos pela biotecnologia, como o da irremediável ineficiência das plantas, quando se trata de cumprir sua principal tarefa na ordem natural das coisas - que é usar a energia do Sol para transformar a água e o dióxido de carbono em raízes, caules, folhas, flores e frutas.

Mesmo as mais eficientes, como a cana-de-açúcar e o milho, só conseguem converter 1% da luz solar em vegetação. Um placa voltaica é até 15 vezes mais eficiente. Woese abre as portas de um futuro em que as sementes artificiais poderiam dar um jeito simples e definitivo nesse desperdício. Como? Provavelmente, com plantas de folhas negras, muito mais eficientes que as verdes. Não é eficiência o que todo mundo quer?

(Por Marcos Sá Corrêa, OEco, 01/08/2007)


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