Nos últimos anos, o governo se preocupou com o aumento do desenvolvimento regional e a geração de emprego e renda na Amazônia e no Nordeste, mas não evitou a devastação ambiental das duas regiões. A conclusão é do Tribunal de Contas da União (TCU), que analisou diversos projetos agropecuários financiados com dinheiro público e concluiu que a União é responsável indireta pela especulação fundiária e pelo desmatamento, principalmente no Norte do País. Conforme o relatório divulgado na semana passada pelo TCU, os projetos agropecuários financiados pelas extintas Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene) - hoje transformadas em agências de desenvolvimento - criaram grandes fronteiras agrícolas. Na análise feita pelo ministro do TCU, Adylson Motta, a devastação aumentou principalmente nas áreas vizinhas aos empreendimentos instalados, já que não houve os cuidados necessários com a preservação do meio ambiente e a fiscalização dos órgãos governamentais foi inadequada e ineficiente, o que torna o quadro caótico, propiciando a impunidade dos infratores. (OESP-18/11)