Se as cifras forem confirmadas, o volume de crédito ofertado terá crescimento de 100%Responsável por 55% de todo o crédito de fomento na Amazônia Legal, o Banco da Amazônia (Basa) pretende dobrar suas aplicações este ano em Mato Grosso. A previsão é de que o banco injete R$ 400 milhões, contra os R$ 200 milhões desembolsados em 2006, um incremento de 100%.
“No ano passado não tínhamos os recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), capitaneados pela agência de fomento, daí a explicação para este grande crescimento em volume de aplicações”, explica o presidente da instituição, Abidias José de Sousa Júnior, que esteve em Cuiabá para intensificar as parcerias com o setor privado.
O presidente anunciou a abertura de mais duas agências no Estado: em Juína e Várzea Grande. O volume de investimentos não foi revelado. A expansão faz parte da estratégia do banco, que quer ampliar a sua presença no mercado regional e intensificar sua atuação como banco de fomento. O Basa já conta com oito unidades em Mato Grosso – Cuiabá, Cáceres, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Sinop, Guiratinga, Rondonópolis e Barra do Garças – e quer também modernizar a agência da Capital.
“Queremos estreitar o relacionamento com as classes empresariais e produtoras do Estado, no sentido de abrir novos horizontes para o desenvolvimento da região. O banco vê Mato Grosso como um dos estados mais promissores do país e, por isso, está trabalhando para que mais recursos sejam canalizados para projetos de desenvolvimento”, acentua o presidente.
Ele revelou que este ano o banco já aplicou em Mato Grosso R$ 180 milhões em projetos de geração de energia e bovinocultura, com recursos do FDA. “Estamos atuando em todas as áreas e procurando contemplar o maior número possível de projetos da agricultura familiar, microempresários, produtores e grandes empreendedores. Este é o ano da revitalização econômica da região amazônica”, disse.
A expectativa é de que este ano sejam aprovados quatro mil projetos em Mato Grosso por meio do Basa, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Orçamento Geral da União (OGU) e FDA.
De acordo com Abidias Júnior, 90% de todos os recursos aprovados pelo banco são direcionados para o fomento do desenvolvimento sustentável da Amazônia. “Estamos também financiando projetos de pesquisa no Estado e concedendo crédito de forma diferenciada”.
Com a criação do FDA, o presidente do Basa acredita que o banco voltará a atuar de forma mais agressiva na região, assumindo o seu papel de agência de fomento “como foi no passado, quando chegamos a financiar empresas do porte da Sadia, Ambev e Coca-Cola. Temos tudo para retornar a este período áureo de investimentos com a ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia)”.
Diagnóstico - Segunda-feira pela manhã ele apresentou ao governador Blairo Maggi um diagnóstico do banco, mostrando as linhas de financiamento da instituição e, ao mesmo tempo, expondo as novas metas para 2007. “Ouvimos as explanações do governador para que possamos ampliar e aprimorar nossas ações na região”, informou Abidias Júnior, que assumiu a presidência do banco no último dia 24 de abril e busca expandir e intensificar a presença do Basa como o maior banco de fomento regional do país. Segundo ele, um dos focos é trabalhar em projetos alinhados com a sustentabilidade e preservação da natureza e ampliar a carteira de clientes no Estado.
À tarde ele se reuniu na Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) com empresários para identificar novas oportunidades de negócios e estimular a apresentação de projetos que possam ser financiados pelo banco, bem como promover a aproximação com a classe empresarial e produtiva.
(Por Marcos Maciel,
Diário de Cuiabá, 31/07/2007)