Representante do governo do Acre em um encontro da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento (CAINDR) da Câmara dos Deputados, Fábio Vaz, assessor especial do governador Binho Marques (PT), defendeu a união dos Estados amazônicos para discutir a polêmica questão do desenvolvimento na região.
As declarações aconteceram em uma reunião da CAINDR, ocorrida na última sexta-feira, 27. Vaz também fez uma exposição das várias dificuldades encontradas pelos Estados amazônicos quando o assunto é discutir em bloco essa questão. O representante do Acre também parabenizou a iniciativa da CAINDR, que pretende lançar o 1º Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Regional. O evento será precedido de discussões similares em cada Estado.
"É uma oportunidade de reunir os Estados e discutir em conjunto os problemas", explicou o assessor especial do governador Binho Marques. Os participantes, entre eles representantes dos Ministérios da Integração Nacional, Meio Ambiente e Ciências e Tecnologia, incluíram na pauta a situação dos índios. Em evento realizado em Rio Branco entre os dias 17 e 20, povos indígenas do Brasil, Peru e Bolívia rejeitaram abertamente todo o modo de produção capitalista. Para eles, não há como compatibilizar iniciativa privada, qualidade de vida para todos e democracia.
Outro tema prioritário é o Plano Amazônia Sustentável (PAS). "Nós temos o Programa de Aceleração do Crescimento que já está acontecendo no país todo, mas temos o PAS, que é específico da Amazônia. É um projeto muito bom, com propostas boas, mas não tem metas e prazos. Queremos colocar este programa na prática", disse a presidente da CAINDR, deputada Vanessa Grazziotin (PC do 8). O coordenador do PAS, do Ministério da Integração Nacional, Júlio Miragaia, explicou que com o Ministério do Meio Ambiente está sendo elaborado um plano de desenvolvimento para a Amazônia brasileira e, dentro dele, está engajado o PAS.
No Acre, os movimentos sociais indígenas e campesinos ainda não foram convidados para o debate e muitos sequer sabem o que é o PAS. A realização do simpósio está prevista para novembro deste ano.
Dificuldades dos EstadosIone Égler, do Ministério de Ciências e Tecnologia, comentou que o simpósio ajudará o Executivo a traçar projetos e metas para a Amazônia, tentando identificar problemas em comum dos Estados e direcionando as ações em um único objetivo. "Estamos articulando com outros ministérios programas para Amazônia. Este simpósio vem clarear uma promessa feita pelo Ministério do Planejamento, de estudar para o ano que vem um projeto específico para lá".
A deputada Maria Helena (PSB-RR) colocou que o simpósio, além de ajudar no desenvolvimento da Amazônia, dará espaço aos Estados de mostrarem suas produções locais. "Por meio dessas exposições, vamos poder mostrar o que é feito em cada Estado e não é visível a todo o país."
Durante a reunião, foi definida a comissão executiva que ficará encarregada da organização do evento, composta pela Comissão da Amazônia, gabinete da deputada peemedebista Marinha Raupp, que é coordenadora da bancada da Região Norte, gabinete do deputado Paulo Rocha (PT-PA), também coordenador da bancada do Pará, representantes do Ministério da Integração Nacional, do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério de Ciência e Tecnologia, governo dos Estados do Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Amapá e Maranhão, da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). (Josafá Batista)
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A Tribuna, 31/07/2007)