O ministro de Assuntos Exteriores francês, Bernard Kouchner, afirmou nesta terça-feira (31/07) que a venda à Líbia de um reator nuclear para dessalinizar a água, que foi objeto de um acordo entre os dois países na semana passada, é apenas uma hipótese, por enquanto. Kouchner, que comparecia perante a comissão de Exteriores da Assembléia Nacional francesa, disse que o documento assinado na semana passada durante o encontro em Trípoli entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o líder líbio, Muammar Kadafi, não é um protocolo de contrato.
- Trata-se simplesmente de um memorando de compromisso, um tratado eventual para um eventual reator nuclear, uma hipótese que não está totalmente confirmada - afirmou. O ministro insistiu ainda em que o reator atômico em questão "é para dessalinizar a água do mar, não para fazer a guerra. E está completamente controlado", principalmente pela Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA). O responsável da diplomacia francesa reconheceu que o acordo com a Líbia causou mal-estar.
- Na Alemanha, foi alvo de protestos - afirmou Kouchner, que disse ter falado por telefone com o ministro de Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier. A Presidência francesa tinha defendido a venda do reator à Líbia, o que classificou como "um forte símbolo político porque significa que os países que respeitam as regras internacionais para a energia nuclear, como a Líbia, podem possuir um equipamento nuclear que seja útil para suas necessidades civis".
O Palácio do Eliseu, que formalizou o acordo dois dias após a libertação das cinco enfermeiras e do médico búlgaros que ficaram detidos na Líbia durante oito anos e meio, se referia ao fato de Trípoli ter renunciado a seu projeto de contar com armas atômicas. No entanto, gerou inúmeros protestos na Alemanha e na França, da oposição de esquerda e dos ecologistas.
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Efe, 31/07/2007)