As empresas especializadas na produção de álcool, açúcar e bioenergia, na Paraíba, estão correndo contra o tempo para garantir o reflorestamento da mata atlântica no Litoral visando a criação dos corredores ecológicos. O tema estará em pauta hoje, durante o evento Diálogos Florestais 2007, que vai acontecer no Teatro Armando Monteiro Neto, na sede do Serviço Social da Indústria (Sesi), no Centro de João Pessoa.
O evento é promovido em conjunto pela Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool Biocombustível / Etanol da Paraíba (Sindalcool), Sindicato dos Produtores de Açúcar (Sindacucar-PB), Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (Amane) e Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan). O evento tem entrada franca e visa a restauração florestal da mata atlântica da região.
O evento conta com a participação de especialistas que abordarão a situação da mata atlântica no Nordeste e os modelos de restauração florestal, assim como apresentarão experiências locais e nacionais em andamento. “A iniciativa demonstra o interesse do setor sucroalcooleiro da Paraíba em interligar fragmentos de áreas preservadas através de corredores ecológicos entre as unidades de conservação e de ambientalistas na construção de novas bases tecnológicas e no apoio ao setor privado para a promoção da biodiversidade, ressaltando a prestação dos serviços ambientais das florestas, além da criação de oportunidades econômicas para a recuperação da mata atlântica”, diz Sonia Roda, do Cepan.
A programação inclui a participação de Dorinha Melo, da Amane, que falará sobre mobilização e parceria para a restauração da mata atlântica nordestina. Marcelo Tabarelli comentará a importância e estratégias de conservação do bioma. As experiências do Diálogo Florestal para a Mata Atlântica e seu potencial de replicação em outros setores serão apresentadas por Miguel Calmon, da The Nature Conservancy (TNC). E Ricardo Ribeiro Rodrigues, da Esalq/USP, contribui com a apresentação da adequação ambiental das usinas do Estado de São Paulo. O encontro será encerrado por Edmundo Barbosa, do Sindalcool, que comenta ações de reflorestamento do setor sucroalcooleiro na Paraíba através do Programa Conhecer e
Preservar a Natureza.O Corredor de Biodiversidade do Nordeste compreende o Centro de Endemismo Pernambuco, ou seja, a área de mata atlântica ao longo da costa dos Estados de Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. A área de vegetação remanescente do corredor abriga 2,1 mil quilômetros quadrados de florestas, o que corresponde a 3,76% da vegetação original.
A mata atlântica é reconhecida internacionalmente como uma das regiões prioritárias para a conservação da biodiversidade em todo o continente americano, devido a sua alta riqueza biológica aliada aos endemismos da sua fauna e flora.
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Jornal da Paraíba, 31/07/2007)