Em busca de conhecimento e articulação agricultores organizam, no dia 10 de agosto, no município de Vazante, seminário para discutir a atividade"Quero plantar um milhão de árvores." A frase de Gilberto Diniz reflete a expectativa dos agricultores da região noroeste de Minas Gerais em relação à silvicultura. O Sebrae no Estado apóia a articulação e o desenvolvimento da atividade em nove municípios.
Mais de 400 produtores rurais já cultivam eucaliptos na região em que foi implantado também um grupo gestor para apoiar a nova atividade. "O perfil é de pequenos produtores cuja principal atividade é o gado leiteiro. Eles plantam as árvores por enquanto para suprir necessidades da fazenda de madeira e carvão", explica a gestora da iniciativa, Vânia Guimarães. Mas o potencial da silvicultura vai além. "Uso de madeira, produção de celulose e até apicultura são algumas das possibilidades", enumera Vânia.
A idéia nasceu incentivada por várias empresas que mantêm sistemas agroflorestais para uso próprio na região. "Estávamos estudando a viabilidade da apicultura em uma área de eucaliptos da Votorantim. Eles nos apresentaram a possibilidade da silvicultura e percebemos que a região tem vocação", conta a gestora do projeto.
Os produtores têm demonstrado entusiasmo. O eucalipto dá sombra às pastagens e não diminui a área de criação de gado. O custo não é alto e o manejo é simples. "Neste momento todos buscam assistência técnica, informação e apoio, já que é uma cultura nova", observa. Uma das dificuldades no noroeste mineiro é a escassa disponibilidade de mudas.
A silvicultura tem sido chamada entre os especialistas de 'poupança verde', porque é um recurso do qual o fazendeiro pode dispor quando achar conveniente. "Se o preço estiver ruim, não é necessário cortar. A árvore espera até que a situação melhore", explica Vânia.
Há três anos, Gilberto Diniz planta eucaliptos em sua fazenda de gado de corte. "A primeira leva deve servir à necessidade de madeira da fazenda. Foram plantados 60 hectares. Temos plantado a mesma quantidade a cada ano e, em 2007, serão mais 200 hectares, dos 1,3 mil totais da fazenda", diz.
Segundo ele, o custo da atividade é relativamente pequeno e a expectativa é de um bom mercado nos próximos anos. "Construção civil, madeira industrial e energia são os principais focos", afirma. Segundo Diniz, o eucalipto tem potencial para se tornar a principal atividade da propriedade.
EncontroA 3º edição do Seminário Regional de Silvicultura do Noroeste Mineiro e Alto Paranaíba, promovido pelo Sebrae Minas, deve reunir 250 produtores, empreendedores e interessados da região, que irão discutir dificuldades e soluções, além de aumentar a articulação para que o projeto ganhe mais apoio. O evento acontece no dia 10 de agosto no Anfiteatro Municipal de Vazante.
(Por Eliza Caetano, da
Agência Sebrae, 30/072007)