A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) planeja realizar pesquisas acerca do melhoramento genético do tambaqui (Colossoma macropomum). A proposta pode começar em 40 dias no Estado do Amazonas.

O tambaqui é um peixe amazônico muito importante para a pesca e uma das principais espécies da piscicultura brasileira. Característica marcante dele é a grande plasticidade genotípica e fenotípica, segundo atestam estudos (ver http://www.scielo.br/) da pesquisadora Vera Val, do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Essa biodiversidade é o que permite à espécie sobreviver no heterogêneo ambiente amazônico, de acordo com estudo de Vera oriundo da revista Ciência e Cultura, editada no âmbito da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Todavia, levando em consideração uma suposta diminuição da diversidade do tambaqui, a Embrapa pretende melhorá-lo geneticamente, tendo em vista torná-lo mais resistente às mudanças climáticas, por exemplo.

Outra questão-chave da Embrapa é obter linhagens melhoradas da espécie para crescimento e depois transferi-las aos produtores, aumentando a viabilidade econômica da atividade. “Um aspecto importante no melhoramento genético dos peixes é o ganho da ordem de 15% na taxa de crescimento por geração, o que propicia alcançar o dobro da taxa de crescimento em sete gerações”, explicou a assessoria da Embrapa, em anúncio do programa.

O estudo da Embrapa também pode ser associado, em futuros levantamentos, à mesma pesquisa de Vera Val, pois esta mostra que “os tambaquis confinados estão perdendo sua variabilidade genética, o que não foi observado em peixes coletados na natureza”.

O custo nacional do projeto será de R$ 2,7 milhões, sendo R$ 2,5 milhões para custeio e R$ 200 mil para investimentos. No primeiro momento, a meta é preparar reprodutores geneticamente melhorados, que possam formar linhagens mais resistentes a males diversos. No âmbito estadual, participarão da pesquisa para o melhoramento genético do tambaqui a Embraba Amazônia Ocidental, o Inpa e o Centro Universitário Nilton Lins (CUNL).

Com dados de Embrapa Tambaqui.
(Por Renan Albuquerque, Amazonas Em Tempo / Amazonia.org, 27/07/2007)