Um incêndio de grandes proporções atingiu, no início da madrugada de ontem, uma usina de reciclagem da cidade de Capela de Santana, no Vale do Caí. Por quase seis horas, bombeiros militares e voluntários de Portão, Estância Velha e Montenegro lutaram contra as labaredas, que chegaram a atingir 12 metros de altura. O fogo consumiu 50 toneladas de material reciclável e quase a totalidade de um galpão de alvenaria com 300 metros quadrados. 'O mais difícil foi evitar que as chamas atingissem a fábrica de móveis no terreno ao lado, com elevado estoque de madeiras', disse o comandante do Corpo de Bombeiros Misto de Portão, tenente Altair Madruga Mendes.
Os primeiros bombeiros só chegaram ao local 45 minutos depois do início do incêndio, uma vez que em Capela de Santana não há Seção de Combate a Incêndios. Os três bombeiros de Portão - sargento Ronaldo Luiz Ferreira do Amarante, soldado Cláudio Simões e o voluntário Adriano Soares pediram apoio às guarnições de Montenegro e Estância Velha, que enviaram quatro bombeiros, dois caminhões do tipo autobomba-tanque e 14 mil litros de água. 'Até a chegada do apoio, os três foram heróicos e, em alguns momentos, colocaram em risco as próprias vidas', atestou tenente Mendes.
O fogo começou em fardos de garrafas plásticas armazenados na área externa da usina. As causas ainda não são conhecidas. Os bombeiros enfrentaram uma série de dificuldades, incluindo a inexistência de rede de hidrantes em Capela de Santana. 'Buscávamos água em Portão e, para isso, precisávamos percorrer 40 quilômetros para fazer o trecho de ida e volta', relatou o comandante. Ao amanhecer, os bombeiros usaram uma retroescadaveira para remover os escombros e ficaram aliviados com o fim do maior incêndio já registrado na cidade.
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Correio do Povo, 30/07/2007)