Bento XVI lembrou aniversário da Agência Internacional de Energia AtômicaO Papa Bento XVI disse ontem (29/07) que é "urgente" promover um "progressivo e estipulado desarmamento nuclear", assim como favorecer o "uso pacífico e seguro" desta tecnologia para um "autêntico desenvolvimento", que respeite o meio ambiente e as pessoas menos favorecidas.
Bento XVI fez o apelo de sua residência em Castelgandolfo, em seu primeiro Ângelus depois das férias que passou na cidade italiana de Lorenzago di Cadore, no norte.
O Papa lembrou que ontem foi o 50º aniversário da entrada em vigor do estatuto da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), criada para "instar e aumentar a contribuição da energia atômica à causa da paz, da saúde e da prosperidade no mundo todo".
As mudanças produzidas nos últimos 50 anos "evidenciam como, na difícil encruzilhada em que se encontra a humanidade, é cada vez mais atual e urgente o compromisso para favorecer a não-proliferação de armas nucleares", disse o Pontífice.
Bento XVI disse apoiar "os esforços daqueles que trabalham para perseguir com determinação" a solução do problema nuclear.
O Papa afirmou ainda que esta postura faz com que os recursos naturais sejam poupados e "possam ser empregados em projetos de desenvolvimento a favor de todos os habitantes e, em primeiro lugar, dos mais pobres".
Ele reiterou que a corrida armamentista deve ser substituída por um "esforço comum para mobilizar os recursos em direção ao desenvolvimento moral, cultural e econômico, redefinindo as prioridades e a escala de valores".
Bento XVI também pediu que os conhecimentos científicos e tecnológicos "sejam aplicados sempre com responsabilidade e para o bem comum, no total respeito ao Direito Internacional".
Além disso, convidou todos a rezarem para que "os homens vivam em paz e se sintam todos irmãos, filhos de um único pai: Deus".
O Papa também pediu hoje a libertação dos sul-coreanos seqüestrados no Afeganistão há dez dias pelos talibãs.
Para o Bispo de Roma, as ações do grupo são "graves violações da dignidade humana, que contrastam com qualquer norma elementar de civilização e de direito, e ofendem gravemente a lei divina".
A preocupação com os reféns aumentou na quarta-feira, quando os talibãs executaram um deles, o pastor protestante Bae Hyung-kyu, de 42 anos e líder do grupo.
Bento XVI lançou um apelo para que "os autores dos atos criminosos desistam do mal realizado e devolvam imunes a suas vítimas". Ele criticou, ainda, "a prática de instrumentalizara pessoas inocentes" para fazer reivindicações.
Os 23 sul-coreanos, todos eles voluntários cristãos, foram seqüestrados no dia 19, quando iam de Kandahar, no sul do Afeganistão, à capital, e passavam pela região de Ghazni, no leste.
Este é o maior seqüestro de estrangeiros realizado até agora no Afeganistão, onde um engenheiro alemão continua nas mãos dos insurgentes talibãs.
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EFE, 29/07/2007)