A salinização da água e a poluição gerada por grandes empresas podem ter provocado a mortandade de peixes nos arroios Moreira/Fragata, ocorrido em janeiro deste ano, em Pelotas (RS). O debate acerca do assunto ocorreu ontem na Câmara de Vereadores, durante audiência pública promovida pelo vereador Cururu Insaurriaga (PV), para discutir a situação do Moreira.
A audiência foi realizada em conjunto com reunião extraordinária do Conselho Municipal de Proteção Ambiental (Conpam). Moção do Conpam, pela manutenção dos batalhões ambientais da Brigada Militar, foi lida na abertura da audiência, que centrou o debate na poluição do arroio. De acordo com o representante da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Paulo Duarte, todas as empresas que podem ter liberado dejetos e provocado a mortandade de peixes são alvo de fiscalização por parte da Fundação.
Em janeiro desta ano, milhares de peixes apareceram mortos nos arroios Fragata e Moreira entre os municípios de Capão do Leão e Pelotas. A maior concentração de animais mortos foi identificada em uma pequena lagoa artificial - em área particular - na qual o Moreira deságua. Para apurar as causas da mortandade, técnicos da Fepam e policiais da 3ª Companhia Ambiental da BM vistoriaram indústrias e propriedades rurais próximas ao local onde os peixes morreram.
Os exames laboratoriais feitos pela Fepam não evidenciaram a existência de poluição industrial nas águas do arroio Moreira. As únicas substâncias encontradas em níveis relevantes foram nitrogênio e fosfato, o que indicaria uma adequação das indústrias próximas, com relação ao tratamento de seus efluentes líquidos.
A explicação oficial sobre a mortandade foi dada, na época, pelo diretor-técnico da Fepam, Jackson Müller. Ele disse que ao fugirem da salinização das águas do canal São Gonçalo os cardumes teriam ingressado no arroio Moreira e alcançado a lagoa artificial aberta para lavra de areia, onde teriam começado a morrer.
(Por Tânia Cabistany,
Diário Popular, 27/07/2007)