A gigante dos cosméticos L'Oréal acaba de desenvolver a Episkin, uma versão de laboratório da pele humana que deve dispensar a necessidade de usar animais em testes de segurança de produtos de beleza ou limpeza, informa a revista de divulgação científica britânica "
New Scientist". A L’Oréal trabalha no projeto desde os anos 1980, mas uma série de novas leis da União Européia acabaram levando o projeto a maturar mais rápido. A UE aumentou o número de produtos químicos de cosméticos que precisam passar por testes de irritação de pele, ao mesmo tempo em que quer proibir totalmente os testes com animais até 2009. Muitos desses ensaios hoje são feitos em coelhos, causando sérios problemas às cobaias.
Os pesquisadores da empresa usam como fonte da Episkin os chamados queratinócitos, células da pele que sobram de cirurgias nos seios. Elas são cultivadas em camadas, em cima de colágeno, a proteína que garante elasticidade para os tecidos. Nos testes, pedaços de Episkin são colocados dentro do produto químico em questão. Usando um corante especial que fica azul na presença de células vivas, é possível checar que proporção da pele é morta pela substância testada. Em alguns casos, a reação da pele artificial se mostrou mais precisa do que a de animais na hora de predizer a reação humana a certos cosméticos.
Segundo os pesquisadores, a Episkin é bastante versátil. Pode-se simular o envelhecimento da pele expondo o tecido à luz ultravioleta, e o bronzeamento com a ajuda de células especiais chamadas melanócitos. A variação racial também pode ser simulada usando como fonte de células a pele de mulheres de raças diferentes -- coisa muito útil ao medir a eficácia de protetores solares. Espera-se que a pele também seja útil em testes médicos propriamente ditos.
(
G1, 26/07/2007)