Duzentos e oitenta quilos de lixo hospitalar, recolhidos diariamente de 95 estabelecimentos da cidade, estão sendo armazenados a céu aberto no aterro municipal de Ji-Paraná. A prática contraria a normativa da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina, além da esterilização de parte do lixo hospitalar, a incineração de objetos de longa decomposição.
No lixão municipal, a reportagem do Diário, constatou várias irregularidades. Seringas soltas, materiais cortantes, agulhas, restos de medicamentos e curativos, todos expostos a céu aberto provisoriamente.
A falta de manejo adequado para os dejetos gerados por unidades como: clínicas, hospitais, funerárias, consultórios odontológicos, farmácias, postos médicos, necrotérios e até clínicas veterinárias, representam um grande perigo, tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente. O alerta é do Ministério da Saúde (MS).
A empresa responsável pela coleta do lixo na cidade não faz a queima do lixo hospitalar. O coordenador da empresa, Celso Crioto, explicou que hoje são feitos outros tipos de procedimentos. “O lixo recolhido é colocado numa vala, logo em seguida é jogado cal para matar as bactérias e por fim coberto com lona e terra”, explica.
Segundo o secretário de saúde de Ji-Paraná, Orlando Ramires, no que diz respeito à coleta deste material não há problemas no município. “Tudo está sendo feito conforme as normas exigidas. Mas, em relação ao destino dado ao lixo, vamos fiscalizar esse trabalho com muita seriedade”, afirma.
Para a fiscal sanitária, Ana Maria Alves, alguns procedimentos adotados pela Marquise eram desconhecidos. “Vamos estar em parceria com os fiscais do meio ambiente fazendo este trabalho de fiscalização. Contamos com poucos profissionais, o que interfere no desempenho da fiscalização”, comenta.
Lixo BrasilSegundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento de Básico, 63% dos municípios brasileiros fazem coleta de Resíduos de Serviços Hospitalar; 18% utilizam algum tipo de tecnologia para tratamento; 36% queimam esses matérias a céu aberto e 35% não adotam qualquer tipo de tratamento. O Brasil gera cerca de 149 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. Estima-se que a geração de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) represente de 1% a 3 % deste volume (entre 1,49t e 4,47t), conforme dados do MS.
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Diário da Amazônia, 26/07/2007)