Uma das cidades pioneiras do mundo no lançamento de estratégias para reduzir a produção de CO2 é Melbourne, na Austrália. Lá se localiza a maior instalação solar em um edifício urbano de todo o continente, no Queen Victoria Market, um complexo comercial do século 19, com uma fachada moderna que possui 1.300 painéis solares. A administração de Melbourne, de acordo com o relatório "State of the World 2007", da World Watch Institute (WWI), está promovendo parcerias entre empresas privadas e a administração pública para encorajar um crescimento econômico que acompanhe a qualidade ambiental.
O slogan adotado é "Zero Net Emissions" (literalmente, "rede de emissão zero", ou emissão líquida zero, conceito baseado em um "balanço ambiental zero" que inclui reduzir emissões de CO2 e realizar ações ambientais positivas como compensação), pelo qual a cidade australiana de 60 mil habitantes (que abriga 660 mil durante o dia e integra uma área metropolitana de 3,6 milhões de habitantes) decidiu atuar concretamente. O objetivo de alcançar emissão zero de CO2 parece cada vez menos distante, visto que a cidade já reduziu suas emissões de monóxido de carbono em 26% e para 2010 decidiu elevar a meta para 30% a 50%.
Como destaca o artigo de Tom Roper, ex-ministro do governo do Estado da Victoria, que integra o relatório, a bandeira principal da eco-revolução local é o Council House 2, o complexo de escritórios que será construído em Melbourne, o primeiro a alcançar na Austrália a pontuação máxima do sistema de certificação ambiental, o Grenn Star. Sobre a construção desse prédio, o prefeito de Melbourne, John So, disse acreditar "que o Council House 2 mude a forma pela qual venham a ser projetados e construídos os edifícios em Melbourne, na Austrália e no mundo todo".
O Council House é uma verdadeira jóia para os ambientalistas. O novo edifício consome 87% de energia e 72% de água a menos que os prédios antigos, e garante a quem trabalha neles 100% de ar fresco. Para isso, são utilizadas persianas com células de captação de energia solar na fachada do edifício que seguem o sol em seu percurso e janelas automáticas que permitem ao ar fresco da noite resfriar o edifício.
Turbinas eólicas, painéis solares e um sistema de co-geração de energia a gás fornece a energia necessária. Um sistema adaptado aspira a água do esgoto e a submete a um tratamento de depuração completo. Esta água é depois usada nas descargas e nas torres de refrigeração.
Essas inovações foram adotadas em diversas partes da cidade. O plano regulador de Melbourne estabelece que todas as novas construções de prédios de escritório adotem estratégias para a redução das emissões de COº2º, a exemplo da utilização de energia solar e do sistema de reutilização da água da chuva. Já para os edifícios existentes há um outro programa, o GreenSaver, que financiará as verificações e fornecerá aos proprietários produtos como torneiras de fluxo reduzido, lâmpadas econômicas e isolantes térmicos.
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Ansa, 26/07/2007)