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2007-07-27

A reciclagem de lixo domiciliar está em franco crescimento na Grécia, mas as autoridades do país têm um longo caminho a percorrer para alcançar as metas exigidas pela União Européia. As melhorias chegaram com a distribuição de contêineres coletores na cor azul, que já atinge 4,3 milhões de domicílios dos 10 milhões existentes. O informe 2006 da Corporação Helênica de Reciclagem para a Recuperação (Herrco, sigla em inglês) sugere que este tratamento do lixo gerado em casa aumentou consideravelmente, embora não haja dados disponíveis comparativos com 2005.

A Herrco é uma empresa sem fins lucrativos financiada por empresas industriais e comerciais. Os contêineres azuis não têm apenas por objetivo receber o lixo doméstico, mas também lixo indústria e comercial que possam ser reciclados. Em cooperação com 337 municípios, mais de 25 mil recipientes deste tipo foram instalados nas ruas de todo o país. Isto multiplica por cinco a quantidade existente em 2004 e indica um passo à frente na promoção de uma nova cultura ambiental em um país atrasado em relação aos vizinhos europeus.

“Com relação à expansão do programa, estamos interessados em expandir mais a nossa presença na Grécia”, afirmou um porta-voz da Herrco ao ser entrevistado. “Entretanto, para que isto se converta em uma realidade, o interesse das autoridades locais é um pré-requisito, já que todos nossos programas de reciclagem com contêineres azuis funcionam com a cooperação dos respectivos municípios”, acrescentou. Estão sendo oferecidos às autoridades locais os contêineres e também um lugar onde o lixo é coletado pela unidade de recuperação de materiais das cidades.

Além do equipamento, a Herrco acredita que pode fazer uma diferença maior usando a informação como ferramenta. “A educação é uma área na qual estamos trabalhando para incentivar os cidadãos a participarem de campanhas locais na comunidade”, explicou um representante da Herrco. “Distribuímos de porta em porta sacos reutilizáveis, para cada domicílio manejar seu lixo, e também um folheto informativo e avisos publicitários, além de organizarmos palestras comunitárias onde convidamos as pessoas a participarem do programa”, acrescentou.

Junto com os domicílios, a indústria melhorou sua atuação. No ano passado reciclou 186.500 toneladas de materiais, segundo o informe de 2006 da Herrco, além de 50.350 toneladas de lixo domestico. Outras medidas também tiveram efeito. Em razão de uma lei de 2001, todas as empresas que importam e distribuem produtos envasados para o mercado interno devem garantir que seu lixo seja coletado e reciclado. Até agora aderiram a este sistema 1.100 companhias, que incluem as maiores produtoras e distribuidoras do país.

Os lixões ilegais são uma espinha encravada no programa de resíduos. Outros países da União Européia, com a Grã-Bretanha, tiveram dificuldades com esta questão. Nessas áreas são eliminadas enormes quantidades de lixo, mas é necessário que tenham permissão estabelecendo quando e o que pode ser jogado ali. As notícias sobre lixões ilegais aumentaram. A UE pode intervir para atuar judicialmente neste assunto se considerar que é necessário. Mas, ainda falta concretizar um sistema de manejo de lixo desenvolvido em todo o bloco.

“É difícil comparar,já que não temos uma série de indicadores para decidir quem foi bom e quem foi mau aluno. A Grécia tem seus próprios problemas, mas na última década a economia cresceu e isso somou-se aos problemas já existentes”, disse Bárbara Helfferich, porta-voz da Comissão Européia, o órgão executivo da UE. O bloco europeu estabeleceu vários objetivos de reciclagem específicos. O cronograma indica que até 2011 deve chegar a 60% do lixo domestico, vidro, papel e papelão; 50% de metais; 22,5% de plásticos e 15% de madeiras.

A Grécia já cumpriu objetivos da UE tais como a premissa sobre resíduos de envoltórios, pela qual 25% desse dejeto tinham de ser reciclados até o final de 2005. Em outro exemplo de progresso, segundo dados enviados à Comissão Européia, o grau de reciclagem de vidro melhorou em 35% em 2004, embora ainda não esteja claro se à Grécia cumprirá o objetivo de 2011. uma norma da Comissão Européia lhe permite tomar medidas que possam resultar na perda de fundos europeus pelo não-cumprimento. Mas, também oferece ajuda para que as metas sejam atingidas. “Como outros países, a Grécia terá de apresentar relatórios e planos de manejo de resíduos, e serão realizadas conversações para ver como melhorar e em que estão errando para cumprir as expectativas”, disse Helfferich.
(Por Peter Taberner, IPS, 26/07/2007)


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