O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que as resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) não poderão impedir o Estado islâmico de obter tecnologia nuclear. "Vamos supor que eles divulguem a resolução 300. O que vai acontecer? Deve ser lembrado que o Irã está obtendo tecnologia nuclear", disse o presidente iraniano à TV estatal. "Eles [o Ocidente] tem apenas que aceitar isso", afirmou Ahmadinejad.
O Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas já impôs dois pacotes de sanções contra Teerã desde dezembro passado por sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio --processo que pode tanto produzir combustível para usinas nucleares quanto material para armas de destruição em massa. Na cúpula do G8, realizada entre os dias 6 e 8 de junho em Heiligendamm, na Alemanha, os países do CS da ONU voltaram a ameaçar Teerã com novas e mais fortes sanções.
A comunidade internacional, encabeçada pelos Estados Unidos, teme que o Irã use seu programa para construir armas nucleares. O Irã nega e afirma que o enriquecimento de urânio no país tem fins pacíficos e visa a obtenção de energia. Nesta terça-feira (24), o governo do Irã concordou em receber a visita de inspetores da agência nuclear da ONU ao reator nuclear de água-pesada de Arak, que está em construção, na próxima segunda ou terça-feira --quatro meses após o Irã suspender a vistoria da agência no local.
O acordo aconteceu numa segunda rodada de negociações entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o Irã para esclarecer o escopo das atividades nucleares do país após anos de recusa iraniana. Diplomatas afirmam que o Irã está mostrando sinais de cooperação com a agência para evitar novas sanções econômicas da ONU. O próximo passo esperado do Irã é estabelecer um plano até o começo de agosto para levantar as restrições de acesso da AIEA a Natanz, onde foram instaladas centrífugas para enriquecimento de urânio.
(Folha Online, com Reuters, 26/07/2007)