A multinacional americana Westinghouse assinou um acordo para construir quatro reatores de terceira geração (AP1000) na China, informou a imprensa estatal chinesa. O contrato, que completa o acordo inicial fechado em março, foi assinado na terça-feira (24/07), no Grande Palácio do Povo, em Pequim. O presidente da Westinghouse, Steve Tritch, assumiu o compromisso com o dirigente da Corporação Estatal de Tecnologia Nuclear da China, Wang Binghua, na presença do vice-primeiro-ministro Zeng Peiyan. O valor total do acordo não foi divulgado. Mas informações anteriores garantem que chega a cerca de US$ 8 bilhões. O Governo central vai fornecer 60% desse dinheiro, e o resto ficará por conta de companhias estatais do setor nuclear, segundo a imprensa oficial.
Pelo acordo, a Westinghouse, adquirida em outubro de 2006 pela japonesa Toshiba, construirá dois reatores na central de Sanmen, da província de Zhejiang e outros dois em Haiyang, na província de Shandong, as duas no leste do país. - Será o primeiro uso de tecnologia nuclear americana avançada na China - destacou Tritch na assinatura do acordo. O vice-primeiro-ministro Zeng ressaltou que o acordo "ajudará a promover a energia nuclear na China e a cooperação bilateral".
O jornal estatal "China Daily" calcula que o acordo significará a criação de 5 mil postos de trabalho. A construção do primeiro reator AP1000 começará em 2009, para começar a funcionar em 2013. Os outros devem entrar em operação em 2014 e 2015. Cada um terá capacidade de 1,1 gigawatts. A agência estatal "Xinhua" explicou que os novos reatores AP1000 aumentam a segurança por usar a gravidade, em vez de bombas mecânicas, para impulsionar a água na refrigeração. A China já é o terceiro maior país da Ásia em produção de energia nuclear, atrás de Japão e Coréia do Sul.
O país hoje depende do carvão para movimentar sua economia. Por isso, procura diversificar suas fontes. O projeto é ter 40 reatores até 2020. Hoje, são 11. A China tentar repartir as concessões de suas instalações de energia entre seus parceiros, para não depender exclusivamente de russos, franceses, canadenses ou americanos. Mas alguns analistas dizem que a principal beneficiária do desenvolvimento nuclear chinês será a Westinghouse.
(Efe, 25/07/2007)