Entre as grandes esmagadoras de soja que atuam no Brasil, ainda não existe um consenso sobre qual será o próximo passo que o grupo vai dar para consolidar a sua uma moratória à compra de soja plantada em áreas de desmatamento na Amazônia. Todas estão de acordo que é necessário mapear as propriedades que produzem o grão na região. O impasse está justamente em relação ao que fazer uma vez que esse mapeamento fique pronto.
A maioria das esmagadoras acredita que o mapeamento deve servir para impor aos proprietários rurais que plantam soja o cumprimento do código florestal brasileiro. Em outras palavras, não bastará mais não desmatar. Quem não estiver com sua reserva legal constituída e matas saudáveis em margens de rios ou nascentes não poderá vender sua colheita.
Quem resiste a essa proposta de imposição do código florestal acha que o mapeamento deve ser usado apenas para detectar novos desmatamentos e que a derrubada ilegal é que deve servir de base para banir um produtor do mercado. A dissidência defende, no fundo, o estabelecimento de uma espécie de marco zero. O que passou, passou. Punição, só daí para a frente.
Se a tese de imposição do código florestal aos sojicultores vencer na Amazônia, vai ser difícil impedir as pressões para que ela seja exportada para outros produtos ou regiões do país. Será uma maravilha para o meio ambiente, mas muito fazendeiro que cortou reserva legal ou plantou próximo de nascente vai quebrar. Bem feito.
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OEco, 24/07/2007)