As cercas da Fazenda Vitória, em Bragança Paulista, interior de São Paulo, poderão ser a marca inicial da primeira solução consistente de aplicação de pneus inservíveis. O proprietário, Reynaldo Teixeira Amaral Júnior, usou os pneus que são indevidamente jogados em seus tanques de produção de tilápias para fazer mourões e ripas. "Elas vão durar 200 anos", garante.
A idéia do mourão de pneu velho, já patenteada pelo fazendeiro, chamou a atenção da reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que assinou um contrato com Amaral Junior para desenvolvimento do negócio. "O processo envolve ensaios de desempenho, definição de parâmetros de qualidade e criação de linha de produção em escala industrial", diz o pesquisador Antonio Batocchio, da Faculdade de Engenharia Mecânica. O projeto está parado por falta de investidor. "Seriam necessários R$ 1,2 milhão. Haviam vários interessados, mas como serão geradas novas patentes, não houve acordo e o contrato não foi renovado", diz Batocchio.
Amaral segue com os testes na propriedade, que já duram 17 anos, e na divulgação do seu invento, que será apresentado na Feira da Agricultura Familiar e do Trabalho Rural (Agrifam), que começa no próximo dia 2. Ele vai mostrar que além de mourão, os pneus podem ser usados na construção de guard-rail, postes e dormentes.
Com as abas laterais, dá para fazer tubulação de água pluvial ou bueiros.'''' Ele ensina a fazer estas peças e também as ripas da porteira no Campo de Idéias.
(Por Lilian Primi,
O Estado de S.Paulo, 25/07/2007)