Os custos da energia elétrica nas hidrelétricas do Rio Madeira foram orçados entre US$ 23,02 por megawatt/hora (MW/h), para a usina de Santo Antônio, e US$ 25,50, para a de Jirau, conforme estudos do consórcio Odebrecht/Furnas. Os custos foram apurados com base no dólar em agosto de 2004, cotado a R$ 3,05. Ao câmbio atual, devem subir de forma expressiva em dólar, já que a maior parte da obra será em moeda local (reais). As obras civis, por exemplo, responderão por 35% do total, enquanto os equipamentos eletromecânicos responderão por 36%. A expectativa do governo é licitar as duas usinas até outubro.
Em reais de agosto de 2004, a previsão é que a usina de Santo Antônio custará R$ 9,672 bilhões e a de Jirau, R$ 10,250 bilhões. Mesmo assim, as tarifas das duas usinas ficarão abaixo dos preços médios dos últimos leilões da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que têm oscilado em torno de R$ 125 por MW/h. Ao câmbio atual, a tarifa dos leilões da EPE seria equivalente a US$ 66 por MW/h. A desvantagem das usinas do Madeira é a distância dos principais centros consumidores, o que obrigará a construção de uma linha de transmissão de 2.700 quilômetros de Rondônia até o interior de São Paulo.
Pelos estudos do consórcio, as despesas de meio ambiente atingirão 4,7% dos custos totais na usina de Santo Antônio (R$ 458 milhões)e 5,01% na de Jirau (R$ 513 milhões). Esses valores estão bem acima dos gastos em hidrelétricas construídas no País nos últimos anos, os quais têm oscilado entre 0,5% e 1,5%. A própria EPE queria limitar em 2% o teto para os gastos com o meio ambiente no Rio Madeira. O número de pessoas afetadas pela usina de Santo Antônio somará 2.046 pessoas. Na de Jirau, serão 953 pessoas.
Cada usina vai mobilizar 13 mil trabalhadores, em média, podendo chegar a 20 mil no pico das obras. Conforme os estudos, serão gerados ainda 50 mil empregos indiretos. A previsão é que cada usina demandará 44 meses para a construção. Portanto, se as obras tiveram início em meados do ano que vem, como prevê o governo, as duas unidades poderão entrar em operação ainda em 2012.
(Por Alaor Barbosa,
O Estado de S. Paulo, 25/07/2007)