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biodiesel
2007-07-25
Empresa trabalha tecnologias próprias usando plantas brasileiras como mamona, dendê e pinhão

A Petrobras está apostando no desenvolvimento de tecnologias próprias para usar na fabricação de combustível feito com sementes oleaginosas de plantas tipicamente brasileiras como a mamona, o dendê e o pinhão-manso. A estatal quer chegar à liderança na produção de biodiesel no país e a proposta é diversificar as matérias-primas utilizadas para evitar as oscilações de preços de outras sementes que estão sujeitas ao mercado de alimentos, como a soja.

Do ponto de vista técnico, a Petrobras vem conseguindo provar que o desempenho do biodiesel de mamona não fica atrás do combustível feito a partir da soja. Esta informação foi dada ontem, pelo gerente de Desenvolvimento Energético da estatal, Mozart Schmitt, em entrevista coletiva em Natal (RN). Ele citou dados preliminares de um estudo da Petrobras - em conjunto com a Ford e a Unifacs, da Bahia -, que compara o desempenho do diesel comum com misturas de 5% de biodiesel feito com mamona ou soja nos motores de seis veículos Ford Ranger. 'Até o momento, os veículos já rodaram 45 mil quilômetros e não houve diferença entre os combustíveis', disse Schmitt aos jornalistas.

Também no Rio Grande do Norte há duas unidades experimentais de produção de biodiesel montadas do parque industrial de Guamaré, da Petrobras. Nessas unidades, o combustível é produzido a partir da semente de mamona e de outras oleaginosas. Ambas poderão começar a operar comercialmente a partir do ano que vem. Juntas, elas terão capacidade para produzir entre 18 mil e 20 mil toneladas de biodiesel por ano - o suficiente para abastecer o mercado local (RN) da mistura de 5% de biodiesel ao diesel comum, que começará a ser obrigatória a partir de 2013.

No total, a Petrobras está investindo cerca de R$ 20 milhões nesses dois projetos. Uma das plantas opera com a tecnologia tradicional de biodiesel, que usa óleos vegetais para produzir o combustível. A outra planta, porém, já utiliza a nova tecnologia desenvolvida pela estatal, de produção de biodiesel diretamente da semente. A vantagem desta última, segundo o consultor sênior da Petrobras, Carlos Khalil, é pular uma das etapas da produção, uma vez que não necessita transformar as sementes em óleos vegetais.

A eficiência do processo de fabricação a partir da semente e sua superação ao processo que usa óleo ainda está em análise pela estatal. As técnicas desenvolvidas nesses dois projetos, porém, deverão ser utilizadas.

(CP, 25/07/2007)


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