Poços de água que estavam abandonados voltaram a ter utilidade no sertão nordestino. Com a ajuda de uma organização não-governamental, os agricultores estão recebendo bombas manuais para substituir equipamentos estragados.
Para ter água em casa, Júlia de Oliveira e as filhas chegavam a andar até dez quilômetros por dia. “Tinha vez que eu vinha chorando do rio porque não conseguia mais carregar a lata de água na cabeça”, diz ela.
O sofrimento parecia ter chegado ao fim quando a Sudene, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, perfurou um poço artesiano próximo à casa dela. Para retirar a água do subsolo, a família usava um cata-vento. Mas, em menos de um ano de uso, o equipamento quebrou e nunca mais foi consertado.
A solução foi instalar, anos depois, uma bomba d’água importada da Holanda. O equipamento foi doado à população pela Articulação do Semi-Árido (ASA).
A propriedade de dona Júlia foi uma das que recebeu gratuitamente a máquina. A bomba não usa energia elétrica nem combustível. A água é retirada do subsolo manualmente. “A gente tira para lavar prato e, às vezes, quando está mais seco, a gente usa para cozinhar e lavar roupa”, conta a estudante Valdecir Ribeiro.
ComemoraçãoA água que sobra é usada no cultivo de uma horta: pimentão, tomate, beterraba e coentro. “Nunca pensei que pudesse plantar tanta verdura, mas, num instante, graças a Deus, chegou a água e estou sossegada”, comemora Júlia.
Foram instaladas 329 bombas em cinco estados do Nordeste. Cada uma delas atende, em média, a necessidade de 30 famílias.
Do
G1, 24/07/2007)