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aracruz/vcp/fibria
2007-07-25
Índios Tupinikim e Guarani informam que iniciaram ontem (24/07) "um conjunto de ações pacíficas com o objetivo de retomar a posse" de 11 mil hectares no centro-norte do Espírito Santo, que são objeto de disputa entre a comunidade indígena e a Aracruz. O anúncio foi feito por uma carta aberta à sociedade e distribuída à imprensa por intermédio da assessoria do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). A companhia, por sua vez, alega que é legítima proprietária da área.

No documento, os índios afirmam que, num primeiro momento, pretendem paralisar o corte de eucalipto na área e retirar os "não-índios" que ali se encontram. O objetivo dessa iniciativa, conforme os índios, é resguardar as áreas plantadas de eucalipto e que serão utilizadas no pagamento das "indenizações devidas à Aracruz pelas benfeitorias" executadas na área. O passo seguinte seria a reconstrução das aldeias Olho d'Água, Macacos e Areal, em mutirões, que teriam sido destruídas pela empresa conforme acusação dos índios. "Ergueremos casas e faremos plantios de alimentos e de mudas nativas para reflorestar nossas terras", avisam.

Segundo os índios, o motivo por trás das ações é a demora do governo federal em solucionar a questão relativa à ampliação da reserva indígena no centro-norte do Espírito Santo, numa discussão que já leva 40 anos. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Justiça devolveu à Funai o processo, que contém parecer favorável aos índios, solicitando o aprofundamento dos estudos com vistas a se chegar a uma proposta que "componha os interesses das partes". Em contestação ao parecer favorável aos índios expedido pelo órgão, a Aracruz encaminhou à Funai, no ano passado, documentos que supostamente comprovariam que é proprietária legítima das terras.

Quilombolas
Além dos índios, cerca de 500 habitantes das comunidades quilombolas do Sapê do Norte invadiram ontem uma área de aproximadamente 9,5 mil hectares da companhia no município de Conceição da Barra, também no Espírito Santo. O objetivo dos invasores é pressionar o governo a demarcar a área como território quilombola, o que teria sido reconhecido por estudos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). De acordo com a Aracruz, os manifestantes, que derrubaram eucaliptos com quatro anos de idade, permanecem no local e estão impedindo a entrada de funcionários da companhia.

(Agência Estado, 24/07/2007)


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